Capítulo 50

80 18 25
                                    

— Eu não consigo

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

— Eu não consigo.

Darah sentia a roupa colar ao corpo, até mesmo a capa de frio grudava com o suor que já transpassava o tecido da farda azul. Ela se arrependia de não tê-lo tirado. Se não morresse de cansaço, certamente morreria de calor.

— Eu posso ver o quanto você está cansada, mas falta só mais um pouquinho — consolou Arabelle ao lado da amiga enquanto adentravam na Vila Flard.

Os dois guardiões que levavam os outros moradores foram os primeiros a chegarem à Vila Flard e a pousarem suas proteções de ar no chão. Darah chegou cinco minutos depois, pousando a proteção com cuidado para que nenhuma fada de idade e/ou debilitada perdesse o equilíbrio. Assim que a garota abaixou as mãos e a proteção de ar materializado em formato retangular se desfez, ela caiu de joelhos com a respiração ofegante. Suas mãos e pernas tremiam. Ela estava exausta.

— Obrigada, Darah. Muito obrigada mesmo! — Arabelle agradeceu dando-lhe um abraço.

— Não me agradeça — disse Darah. Era o mínimo que ela poderia ter feito depois de todo esse tempo.

— Eu serei eternamente grata. — Lágrimas brilharam nos olhos da fada de tranças.

— Nós seremos eternamente gratos. — Alberto parou ao lado de Arabelle. Ambos, pai e filha, seguravam as lágrimas.

Apesar do cansaço, Darah sorriu para eles e se levantou com a ajuda da amiga, imediatamente se viu cercada por fadas de todas as idades a agradecendo. Uma chama de esperança se acendeu no interior dela, não devido aos agradecimentos, não se achava digna deles, ainda teria que fazer muito mais para realmente merecê-los, mas ela fizera algo. Pela primeira vez ela conseguiu superar o medo e proteger alguém.

A princesa sorria enquanto buscava pelo olhar de Darlan. Depois de incendiarem a Vila Turú e carbonizar todas aquelas aranhas, ele e Connor e outros dois guardiões acompanharam as duas fadas do ar que levavam os moradores, como guardiões das proteções caso alguma ameaça aparecesse.

Darlan estava imóvel a poucos metros atrás, de repente, foi até a harpia e começou a tirar as cordas que prendiam o animal à carruagem. Darah abriu brecha por entre a multidão e correu até o garoto, quase cambaleando.

— O que aconteceu?

— Meu pai — respondeu Darlan montando na ave. Sua expressão era dura, seu olhar, porém, demonstrava preocupação. A princesa deu um passo à frente.

— Eu vou com você.

— Você está exausta.

— É provável que nossos pais estejam juntos ou perto um do outro — argumentou se aproximando mais dele.

— Então sobe, depressa!

Darah segurou nos ombros dele e montou na harpia logo atrás do garoto. Darlan estava prestes a incentivar Éolo para alçar voo quando Connor se aproximou.

Feentina: A nova guardiã realWhere stories live. Discover now