Capítulo 55

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— Mas Majestade, a Caixa Selectiber só seleciona fadas acima de dezessete anos — dizia Gonçalo

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— Mas Majestade, a Caixa Selectiber só seleciona fadas acima de dezessete anos — dizia Gonçalo. O conselheiro tentava inutilmente não demonstrar exasperação.

— Não vamos utilizar o objeto encantado — explicou enquanto adentrava no palácio em passadas largas com a enorme cauda do vestido arrastando pelo chão de mármore.

— O senhor e a senhora Monroe não fariam...

— Eu agradeço sua fidelidade aos meus pais, mas, infelizmente, eles não estão mais aqui. — Darah parou e se virou para o conselheiro com um olhar duro. — Eu sou filha deles e não uma réplica, então não espere que eu seja como eles. Não estamos em tempos pacíficos. — A garota suspirou e colocou uma mão sob o ombro de Gonçalo quando disse: — Está na hora de confiar na nova geração.

Deixando o conselheiro e os guardiões para trás, a rainha subiu para o seu quarto. Ela gostara bastante do vestido à qual Madame Clara se dedicara incansavelmente nos últimos dois dias, mas já sentia o suor escorrendo por seus braços, barriga e pernas.

Entregou o cetro para as auxiliares que a aguardavam no quarto e as dispensou, colocou a coroa sob a escrivaninha ao lado da cama e tirou sozinha e com pressa o magnífico vestido, logo se dirigiu à banheira após se despir.

Sozinha e submersa na água à temperatura ambiente e cheia de espuma com um agradável cheiro de lavanda, os pensamentos da jovem se voltaram ao sonho que tivera naquela manhã, o mesmo que tivera nos últimos dois dias. Ela fechou os olhos e visualizou o sangue nas mãos de uma garotinha, observava o sangue através dos olhos da criança. Isso foi tudo o que apareceu no sonho, ela não conseguia ver nada além da mão ensanguentada de uma criança.

Darah abriu os olhos. Não estava nervosa, mas se sentia intrigada com aquilo. Se questionava sobre qual seria o motivo daquela imagem se repetir em seus sonhos durante três dias seguidos. Se perguntava por qual razão acordava com a sensação de que as próprias mãos estavam ensanguentadas e, principalmente, o porquê daquela sensação não lhe causar estranheza.

Depois de um longo tempo na banheira, ela finalmente se cobriu com uma toalha e voltou para o quarto. Ao sentar-se na cama e começar a se enxugar, algo na lateral de sua cintura lhe chamou atenção. Era uma pequena corrente desenhada com tinta preta.

— O quê? — Darah franziu a testa. Até o momento em que vestira a roupa da coroação naquela manhã, ela não tinha nenhuma tatuagem.

Analisando o desenho de uma corrente, ela vasculhou em sua memória algo que pudesse de alguma forma explicar o aparecimento repentino de uma tatuagem. De repente, lembrou-se de uma das poucas aulas particulares que tivera sobre rituais durante sua adolescência.

Ela tentou lembrar-se das palavras do professor particular. Tal aula havia acontecido mais de três anos atrás, mas no dia em questão ela estava muito atenta. Lembrava-se que achara o assunto interessante, especialmente por se tratar de um assunto que era restrito à realeza e aos nobres de cargos mais elevados.

Feentina: A nova guardiã realWhere stories live. Discover now