♧Livro 1 da Série Feentina♧
Com uma possível guerra se aproximando, Darah, a atual princesa do Reino Feentina, se vê decidida a entrar para a guarda real mesmo contra a vontade do pai para ajudar a proteger o reino a qual crescera e tanto ama. Para...
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— Se concentre e encontre uma conexão mais profunda com o elemento.
A garota fechou os olhos e suspirou devagar enquanto tentava seguir as instruções de Edgar. A camada de ar rodeou o seu corpo por apenas dez segundos antes de se dispersar. Suas pernas fraquejaram, mas ela se manteve de pé, andou até a pedra mais próxima, sacudiu a neve e sentou.
— Apenas... um... minutinho — pediu ofegante. Os flocos de neve caiam continuamente afora da caverna, mas ali dentro, apesar do clima congelante, suor inundava a testa e a roupa de Darah. Edgar se aproximou com uma garrafa estendida. — Obrigada. — Ela abriu a garrafa e tomou um demorado gole de água enquanto o garoto se assentava ao seu lado.
— Eu disse que a faria suar.
Darah sorriu.
— Ainda bem que eu não duvidei.
— Você sempre foi assim? — Quando a princesa se virou para ele com a testa franzida, ele explicou, gesticulando com uma mão: — Esforçada.
— Hmm... — Ela fez um beicinho, pensativa. Repassou mentalmente todas as vezes em que foi treinar às escondidas do pai, geralmente contando com a ajuda de Darlan e com o apoio da mãe.
Maya, sua mãe, sempre a ajudava quando ela tinha dificuldades com alguma técnica e a treinava nos poucos momentos livres, já que a vida de rainha sempre exigira bastante de seu tempo. A princesa não sabia o porquê de seu pai tê-la tirado da Escola de Magia aos oito anos, dias antes de começar o terceiro ano primário. Mas, desde então, seu pai começara a mantê-la em uma proteção exagerada.
Mesmo não tendo aulas práticas dignas em seu ensino particular, já que o pai limitava seus professores particulares, Darah lembrava que sempre tentava compensar cobrando-se em seus treinamentos às escondidas, fosse sozinha ou com Darlan, que jamais se importara em seguir à risca os limites impostos por Roger, sendo por muitas vezes repreendido pelo rei, mas defendido pela Rainha Maya.
— Eu acho que sim. Pelo menos até onde eu me lembro — respondeu Darah, por fim. Sorrindo orgulhosa de si mesma, contente pelo próprio esforço. — Se eu não tentar, não vou saber quais são os meus limites, não é mesmo?
— E você quer conhecer os seus limites para superá-los ou para se limitar? — Edgar a olhava com atenção observando a expressão no delicado rosto da garota passar de alegria e orgulho para um reflexivo.
Darah repetiu a pergunta várias vezes mentalmente, mas a verdade é que ela nunca pensara naquilo e não tinha noção do que responder .
— Sendo sincera, jamais pensei sobre isso — confessou, desviando o olhar para a neve além da caverna. — Eu quero ser forte, essa é uma das poucas coisas que eu sei.
— Por que não foi atrás de mim naquela última batalha? Você tinha chances de me derrotar e vencer já que eu estava bastante cansado. — O garoto semicerrou o olhar curioso para a princesa. — Por que desperdiçou o seu plano e a chance de ser a campeã?