♧Livro 1 da Série Feentina♧
Com uma possível guerra se aproximando, Darah, a atual princesa do Reino Feentina, se vê decidida a entrar para a guarda real mesmo contra a vontade do pai para ajudar a proteger o reino a qual crescera e tanto ama. Para...
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— Imagino que você teve um treinamento excelente no palácio — comentou Arabelle enquanto seguia para o quarto ao lado de Darah após o jantar.
— Tive, mas não graças ao meu pai.
— Como assim? — perguntou com interesse a fada de tranças. Elas já terminavam de subir os vários lances de escadas para o terceiro andar para então percorrer o longo corredor de blocos de pedras iluminado por tochas acesas a cada parede que separava um quarto do outro.
Darah olhou de escanteio para Arabelle, questionando-se internamente se deveria partilhar algo de sua vida pessoal para a outra, mas não era uma informação tão importante e Arabelle parecia confiável.
— Meu pai fez questão de me proporcionar ótimos professores, mas os limitavam quanto ao meu treinamento prático, especialmente os que eu poderia acabar saindo machucada, como o manuseio de armas e o meu próprio elemento. — Arabelle abriu a boca, o movimento sem som expressou um "Ah" de entendimento. Adentrando no quarto à frente da outra garota, Darah continuou a falar: — Talvez ele seja um pouquinho superprotetor.
— Ele parecia realmente surpreso ao anunciar o seu nome. Imagino que você não teve a permissão dele — supôs Arabelle retirando a capa azul-marinho da farda, fazendo a princesa sorrir.
— Eu nem pedi — confessou Darah, e a colega de quarto soltou uma risadinha. Olhando para as outras quatro camas vazias enquanto tirava a própria capa de farda, a princesa repentinamente se lembrou de qual vila a colega com a qual compartilhava o beliche pertencia. — Você é da Vila Turú, não é? — Arabelle assentiu. — Fiquei surpresa quando meu pai anunciou o nome da vila. Só me lembro de ter visto alguma fada da Vila Turú sendo selecionada quando eu tinha nove e treze anos.
A jovem de longas tranças demorou-se em seus próprios pensamentos, então curvou o canto direito da boca em um sorriso lateral quando disse:
— Não somos uma das vilas mais privilegiadas, então não temos um ensino e um treinamento bom como as demais vilas.
Darah não soube decifrar bem os sentimentos de Arabelle, mas notou que havia certa tristeza ou decepção na fala da colega, e se arriscaria em dizer que era devido à falta de recursos da vila. Apesar de jamais ter visitado Turú, ela tinha conhecimento de que era a segunda vila mais pobre do reino.
Ainda em pé, parada à frente da outra fada, um sorriso sincero iluminou o rosto da princesa. Mesmo tendo conhecido Arabelle no dia anterior, dentre as cinco colegas de quarto, Darah se sentia mais confortável com ela, sem mencionar que ela tinha sido a única a tratá-la informalmente.
— Ainda bem que você conseguiu chegar até aqui.
— Obrigada! — agradeceu a garota de tranças, o sorriso lateral se transformando em um sorriso gengival.
Depois disso, a princesa deitou no colchão superior do beliche. Cansadas, não tardou para que as duas fadas adormecessem antes mesmo das outras colegas voltarem ao quarto.
