Capítulo 6

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Não consegui ficar em Sorocaba, não sei se gostaria de ouvir alguma explicação sobre quem ou o que o mané é para ela, assim como também não quero ouvir que ela está desistindo de todo nosso futuro.

Nem bebida eu quis colocar na boca, tentei ligar para o Jorge, mas ele não me atendeu, e justo essa semana o filho da puta está em Londres enquanto eu estou nessa cidade fodida.

Minha ideia não era voltar brigado com a Jana, mas estou perturbado demais e sem conseguir pensar direito.

Não é loucura minha, ela está me escondendo alguma coisa, não tem motivo para me ignorar, para sair e deixar de falar comigo, me colocando completamente de escanteio.

Estou na merda.

E sem foder.

Minhas bolas que lutem.

Dias de luta, dias de glória, não é mesmo?

Preciso de um avião.

Peguei o primeiro vôo que encontrei para Londres e só senti que minha cabeça parou de pressionar e a respiração voltou ao normal quando o mesmo decolou.

Mais calmo decidi responder alguns e-mails e mensagens, até cheguei a mandar uma para o Eddy perguntando se ele prevê o futuro pois eu já estava voltando, ele só me respondeu "ainda bem que me ouviu chefe, boa viagem".

Dessa vez, diferente de muitas durante essas semanas, tinha uma mensagem da Janaína.

"Por favor, me diz que ainda está por aqui e que vamos conversar" eu não iria responder, porém meus dedos não me obedeceram.

"Dentro do avião...".

"Não acredito que foi embora assim!".

"Queria que eu ficasse mais tempo te gadeando? Há quanto tempo isso está rolando?".

"Não está rolando nada, não estou traindo você!" odeio suas mensagens com exclamação, no momento estou odiando tudo.

"Então me explica essa distância...".

"Você quem está voando para quase dez mil quilômetros de mim!".

"Não vou discutir isso novamente!" dessa vez eu me apropriei da exclamação. "São quatorze horas só de vôo e mais de um dia inteiro que você nem pega essa merda de celular para me responder Janaína", "avisei que estava vindo e você cagou pra mim", "quando cheguei você estava, de novo, com esse cara, o que quer que eu pense?".

"Juro para você amor que o Bernardo é só um amigo, ele está passando por uma fase difícil e eu quero ajudar" acabei soltando uma risada irônica e olhei ao redor para conferir se tinha alguém, dei sorte e não tinha mais ninguém na mesma fileira além de um senhor que já estava dormindo.

"Nós estamos passando por uma fase difícil também e não vejo como ele pode nos ajudar".

"É diferente".

"É?".

"Muito".

"Me explique então por favor...".

"Não é assunto meu, não mereço toda essa grosseria sua, eu não te traí e não vou me desculpar por estar chateada com a nossa distância", "mais uma vez!".

"Está acabando".

"Nosso relacionamento?"

"Estou me referindo a distância".

"Quero ficar com você Otho" levei a mão até minhas pálpebras cansado, eu praticamente bati e voltei em São Paulo e agora sinto como se tivesse areia nos olhos.

Infinitamente MinhaWhere stories live. Discover now