Capítulo 15 - POV. Jade Sharp

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Dezembro de 2005,
formatura do ensino médio.



- Que cara azeda, você precisa transar amiga - a Angélica repetia a mesma frase pela quarta vez desde que cheguei.

Eu estava esperando o dia da formatura desde o começo do ano e agora que chegou está tudo indo por água a baixo, briguei com a minha irmã antes de sair e o Apolo, que tinha vindo como meu acompanhante, estava aos beijos com a Daniele, uma piriguete que abre as pernas para o primeiro que passa.

E passou justo ele.

Eu não dou sorte mesmo.

- Acho que transar é a última coisa que estou precisando agora - revirei os olhos para a minha melhor amiga que desde que descobriu a serventia de um pinto só sabe dizer que isso é a solução para tudo.

Guerra? Crise? Fome? Tudo para ela se resolvia com uma trepada.

- Qual foi a última vez que você transou amiga? Isso aí já deve estar criando teia de aranha - ela virou o ponche de uma vez e fez uma careta como se estivesse bebendo algo alcóolico, mas na verdade o máximo que tinha era um pedaço de morango estragado.

- Você sabe que eu só fiz com o Apolo e poucas vezes - passei meus olhos pelo salão a procura do Otávio que também tinha sumido com alguma garota. - E só para constar fizemos antes de vir.

- Não acredito - a Angélica falou de forma exagerada. - E ele está beijando aquela escrota? Vai lá e dá um soco na cara desse otário - me incentivou, mas tudo o que fiz foi revirar novamente os olhos.

- Prefiro ir embora.

Eu já estava farta desse assunto.

Minha amiga mal sabia que esse foi o motivo dos gritos histéricos da minha irmã, sem contar a lição de moral que tive que ouvir da falsa puritana por horas. Eu tinha perdido minha virgindade com quinze anos e com um cara que era legal, ela tinha perdido com dezesseis, mas nem sabe o nome do menino.

- Você precisa ir embora cedo? Vai ter uma social na casa do Caio - pensei sobre a oferta e seria uma boa, o Apolo não fala com o Caio então não iria para lá.

- Já está rolando?

- Claro, vou chamar o Henri, ele disse que dá uma carona pra gente.

A Angélica só faltou saltitar para o meio da pista de dança, eu vi ela falando alguma coisa no ouvido do Henri, que sorriu de volta para ela e chamou mais duas meninas antes de caminharem na minha direção.

- Ei, para onde está indo? - não sei de onde o Otávio surgiu segurando meu braço.

- Caralho Otho, já disse para não me pegar assim - reclamei fazendo uma massagem onde ele apertou.

- Desculpa, eu esqueço que você é sensível - ele abriu aquele sorriso de tubarão, mas isso não o isentou do soco que dei no seu braço. - , doeu.

- Que bom - sorri satisfeita.

- Estamos indo no Caio, bora? - a Angélica apareceu pulando feito pipoca de novo e revirei os olhos quando meu amigo abriu um sorriso galanteador para ela.

- Depende, vou poder te fazer companhia? - virei para ver ela fitá-lo de cima a baixo e lamber os lábios melecados de gloss.

- Se você for bonzinho...

Infinitamente MinhaWhere stories live. Discover now