Capítulo 8

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Tentei abrir os olhos, mas a claridade fez minha retina reclamar com a cabeça e parece que todo o meu corpo repudiou aquela luz.

Maldita ressaca.

Achei que estava começando a me acostumar com a dor de cabeça, aquela sensação pesada que me acompanha o dia todo, mas misturar essa dor com a ressaca está me fazendo pensar em nunca mais beber.

De olhos fechados apalpei a cômoda procurando o controle que fechava as cortinas e foi um grande alívio quando percebi que a claridade havia ido embora deixando somente a escuridão que combinava bem mais comigo nesse momento.

Havia braços ao meu redor e eu nem precisei ver para saber que não é os da Jana.

Merda!

Com quem eu estava ontem à noite?

Jade.

Puta que pariu, que merda!

Eu sou um fodido, nem tinha retomado a amizade e já estava fazendo merda e acabando com tudo, ontem à noite foi ótimo, conversamos sobre a empresa, sobre Sorocaba, sobre meu relacionamento abalado e agora ela está na minha cama e eu nem sinto porra de atração por ela.

Que vergonha, meu pau nem deve ter subido direito de tão bêbado que eu estava.

— Jade, me desculpa — pedi ainda de olhos fechados, covarde demais para encarar a realidade.

Eu havia acabado com qualquer amizade que poderíamos ter.

Não por mim, eu conseguiria separar esse sexo, mas pelo pouco que conversamos ontem já sei que ela é uma mulher reservada e arisca demais para me dar uma segunda chance.

— Meu nome é Giovana, lindo — uma voz completamente diferente falou e abri meus olhos assustado e ao mesmo tempo aliviado por não ser minha amiga. — Você já estava um pouco alterado quando nos encontramos né? — ouvi sua risadinha baixa e quando minha vista se acostumou com a escuridão eu consegui ver os traços da ruiva deitada nos meus braços.

Graças a Deus, o Senhor é bom.

Não é a Jade.

Eu não estraguei tudo.

Forcei minha memória e os flashs de ontem à noite vieram.

Jade indo embora. As fotos da Jana com o mané. A mentira. O áudio para a Jade. Essa ruiva gostosa entrando no meio. Ela dirigindo o carro enquanto eu mandava mais áudios. E então um branco.

— Desculpa — pedi mesmo sem saber direito pelo o que estava me desculpando.

— Se você lembrasse não estaria me pedindo desculpas — ela sorriu e se afastou um pouco deitando as costas no colchão.

— Então por que tenho essa sensação de que só fiz merda ontem? — me virei de lado para encarar seus olhos castanhos.

— Deixa eu pensar... Você veio o caminho todo mandando áudio para essa tal de Jade, não satisfeito começou a mandar para uma tal de Jana, que pelo o que entendi essa é sua mulher — fechei os olhos sentindo uma fisgada forte na cabeça.

— Puta merda.

— Você queria que fossemos para um endereço, achei que era o da sua mulher, mas quando perguntei você começou a chorar e...

— Que vexame...

— Aí você ligou para um tal de Jordon...

— Jorge — corrigi.

— É, ligou pra esse cara e colocou na viva voz, ele mandou você ir pra casa e foi ele quem me passou seu endereço.

— Diz que acabou — supliquei sabendo que esse não era o fim.

Infinitamente MinhaWhere stories live. Discover now