𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 10 ● 𝔓𝔢𝔯𝔬𝔩𝔞 𝔖𝔠𝔞𝔯𝔱𝔢𝔯

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⚠️O capítulo contém 2.755 palavras⚠️



Apreciava a vista do imenso Jardim, onde outrora, era possível assistir a alguns capins secos que nasciam por entre ladrilhos de pedras a muito desgastadas pelo tempo.

Uma árvore grande e esgalhada com folhas verdes, expandia-se em farrapos formando uma boa sombra ao sol, era também, o único adorno natural do pátio, não tão bem cuidado.

Atualmente, o que tenho, é a visão deslumbrante de um jardim minimalista, tão lindo, o que me faz querer  admira-lo por horas.

O jardim arremete a luxúria e tem uma escultura de pedra integrada a plantas como peça central em um gramado verde exuberante, o que da um ar de elegância ao ambiente.

A nova direção chegou e mudou completamente tudo. Eu gostei do resultado, o encarregado pelo cargo, é bem exigente, pelo jeito. E provavelmente, tem muita grana para manter o estilo da escola. Tudo aqui é bem chique.

— Preciso dizer uma coisa. Prometo que serei rápido. — Pavel se aproxima, outra vez.

— Claro. — Ele parece bastante diferente do que o costumo ver.

— Lá na pista de dança, me desculpe. Eu não sou assim, você me conhece...

— Sim, Pavel. Eu o conheço. Eu disse que estava tudo bem entre nós. Não há nada para pedir desculpas. Está tudo bem...

— Não. Olha... há muito tempo eu queria te dizer isso, mas sempre guardei para mim, por medo de te assustar, até porque você era namorada do meu melhor amigo. — Pavel faz uma breve pausa. Ele mantém seus olhos aos meus, o brilho da luz elétrica fazem seus olhos brilharem intensos, se revelam um tanto tremeluzentes.

— Eu não sei o que dizer, mas para abrir o jogo, eu já percebi que você sentia algo há mais por mim, além de amizade...

— Não é só isso.  Esse algo, é paixão. Pérola, essa é a verdade, desde menino, eu bati meus olhos em você, e me encantei. Mas, sua mãe não me deixaria ser o namorado ideal para você. — O rapaz desvia sua cabeça, mirando o horizonte a nossa frente. Eu ainda o encaro sem saber o que dizer.

Sim, é verdade. Zola não deixaria a filha prometida a um futuro médico, namorar ou casar-se com um futuro zé ninguém. Era assim, que o rotulava. Coisa que toda vez deixava-me em ponto de explodir, eu o defendia com unhas e dentes. Zola teimou que eu estava apaixonada pelo filho do sapateiro com a lavadeira, e se esforçou ao máximo para nos afastar cada vez mais. Como se isso fosse um empecilho para mim, se caso eu me apaixonasse por ele.

𝕺 𝕱ragmento 𝕻erdidoWhere stories live. Discover now