𝕺 𝕱𝖗𝖆𝖌𝖒𝖊𝖓𝖙𝖔 𝕻𝖊𝖗𝖉𝖎𝖉𝖔
Pérola Scarter leva uma vida normal na agitada cidade de São Paulo. Sua vida é marcada por fortes acontecimentos, ainda assim, tenta esquecer o passado e seguir em frente.
A morte de seu pai, um famoso cientista...
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— Fórmula secreta? Achocolatado em pó, margarina, leite condensado e esse tal ingrediente secreto seria o quê exatamente? Esterco de Abelha? É sério isso? O que te deu para agir assim? - Volto e tem uma Florence com os braços cruzados a minha espera.
— Sua professora te visitando a essa hora, uma certa intimidade entre vocês e Bella chorando para que a mulher não fosse embora? Isso não parece muito comum para mim, me diga, como surgiu essa aproximação?
— Eu já contei. Ela veio aqui visitar a Bella. Como ela mesma contou, é dona da escola onde sua sobrinha estuda, e por coincidência, é professora na Universidade. O que é que tem de incomum nisso?
-—Tudo! Não pode ser normal.
— Porque você vê anormalidade em tudo? Porque não pode vê as coisas normais a minha volta? Qual é o seu problema, Florence? Quer transformar minha vida em um inferno mesmo? Porque age assim? Você me odeia?
—Baixou o modo "Drama de Zola" na Pérola? Que chilique! - Florence rola os olhos em uma reação entediante.
Eu saio e a deixo estática me olhando, passo pela Bella que tinha seus olhos grandes em mim, acompanhando meus passos até o quarto. Não voltarei para lá, não quero mais voltar a este assunto com Florence.
Fecho a porta sem bater.
Por mais que esteja zangada, já a assustei até demais, ela não tirava os olhinhos de mim enquanto praticamente gritava com minha irmã. Ela estava começando a se assustar. Ela sabe que eu estava zangada e a coitadinha odeia brigas. Se eu bater a porta, irá assustá-la.
— Maninha, me desculpa... Eu... — Ouço um forte suspirar da minha irmã que está colada a porta. - Vamos esquecer esse episódio, já coloquei o filme para assistirmos. A Bella está aqui, chamando por você.
— Mamãe, vem assistir filme com Beinha e titia Foricis... — A pequena estava falando o que Florence mandava e a criança de dois anos é tão atriz que era possível notar a tristeza em sua voz xoxa.
— Pérola? Por favor... Me desculpa. Vamos conversar?
— Eu não quero conversar com você. Eu não vou esquecer o que você fez. — Falo sem abrir a porta.
— Tudo bem, você está certa. Só me desculpa. A Bella e eu estaremos aqui na sala, se você quiser assistir te esperamos.
Dei o silêncio como resposta. Aproveitei o momento a sós para mandar uma mensagem para Simone. Faria melhor, ligaria. O celular chamou três vezes. Lembrei que ela poderia estar dirigindo, ainda. Mas por fim, o som da chamada crepitou sintonizando em uma bela voz. Ela atendeu.
— Simone? Oi, é a Pérola... Eu queria muito me desculpar pela minha irmã. Acho que ela não foi legal com você e nem comigo, esta noite.
— Pérola, oi... Não se preocupe com isso. Estou bem com tudo.
