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RAFE.
A noite vai ser longa...
E foi mesmo. Passei a madrugada inteira ajudando a S/N a se levantar para ir ao banheiro ou segurar seus cabelos quando fosse vomitar. Estou morrendo de sono, pois não consegui dormir com JJ resmungando bêbado de um lado e a S/N me dando chutes enquanto dormia do outro. Levantei inúmeras vezes na madrugada para beber água, lavar o rosto e ficar observando eles dormindo, já que eu mesmo estava completamente sem sono.
Ontem foi um dia cheio de emoções. Me surpreendo por não estarmos na cadeia uma hora dessas, mas o Kelce sabe muito bem o que eu faria caso ele denunciasse a S/N por ter quebrado sua janela. E por outro lado, eu gostei da Caroline ter apanhado, ela merecia. Em nenhum momento eu senti vontade de impedir a S/N, exceto quando ela passou dos limites e tentou enforcar a garota, aí tivemos que agir. Caroline também não ia denunciá-la.
Já passou das nove da manhã, o clima tá perfeito pra surfar e beber umas cervejas na areia escaldante da praia. Digo por mim, já que os dois estão dormindo feito bebês, com uma ressaca provavelmente incurável. Olho para a cama e vejo JJ de bruços e com o braço dependurado pra fora da cama, em frente a parede está a S/N dormindo com a boca aberta e o cabelo todo em seu rosto. Percebo que ela resmunga algumas palavras e volta a dormir. Dou de ombros até ouvi-la novamente.
- Ai porra, minha cabeça tá explodindo. - ela sussurra.
- O que foi que o Maybank te disse? - digo me levantando e pegando uma camiseta na mochila.
- Que misturar essas bebidas não ia me fazer bem. - diz levando suas mãos até os olhos e os esfregando.
- Então gata. Lide com as consequências! - visto a camisa e dou as costas para ela, saindo do quarto.
Ainda posso ouvi-la choramingando e socando os travesseiros. Ela acha mesmo que vou deixá-la nessa situação? Tá muito enganada. Me direciono até a cozinha para tentar ao menos fazer um café forte para quando eles acordarem. Ligo a cafeteira sem fazer a mínima ideia de se era assim mesmo que ela funcionava. Até que o café começa a ficar pronto, desligo a mesma e despejo o líquido preto em uma xícara qualquer. Logo sou surpreendido com pequenos passos descendo as escadas. Não era o JJ, já que toda manhã ele acorda com aquele maldito mau humor.
Ela estava ali, parada em minha frente e mais uma vez vestida numa camisa minha com duas vezes o seu tamanho. Me olhava com vergonha, como se estivesse esperando uma bronca. Vez ou outra fitava seus pés para evitar contato visual comigo.
- Princesa, eu não vou te dizer nada. - ainda estou segurando a xícara. - Fiz café pra você, só não garanto se tá bom.
