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JJ
O que dizer sobre tudo isso que tá acontecendo comigo? Cara, sério, eu nem sei como e nem por onde começar. Primeiro que é ainda muito estranho não ter o meu pai por perto mesmo com tudo aquilo que acontecia. De certa forma parece que eu tô sem um pedaço de mim, e sentir isso me frustra. Segundo que eu tô explodindo de felicidade por estar morando de vez com a S/N, é tudo absurdamente incrível e cada dia que passa minha felicidade só aumenta. Nunca na minha vida eu pensei que seria tão amado e protegido por alguém assim, desde que tive meu coração partido inúmeras vezes, acreditar na porra do amor passou a se tornar uma tarefa difícil de resolver, sem contar que ter alguém que se preocupa com você o tempo todo é incrível, mesmo que as vezes passe dos limites. E bom, o Rafe. O que falar de Rafe Cameron? Tá aí outra coisa que nunca imaginei. Eu sabia que uma hora eu teria que por o egoísmo e orgulho de lado e reconhecer as coisas que ele fez por mim durante essa maldita fase, e essa hora chegou. Rafe ultimamente têm se mostrado um cara que vai estar ali para o que você precisar, á qualquer momento, mesmo sendo duro daquele jeito e quer saber, eu não julgo ele porque também sou do mesmo jeito. A S/N vai continuar com a neurose maluca dela sobre eu estar apaixonado por ele, coisa mais sem sentido. Não posso negar à mim mesmo que gosto do Rafe, de um jeito que nunca imaginei que gostaria, mas também não posso me precipitar porque não faço ideia das intenções dele. E porra, o fato de não conseguir sequer imaginar o que se passa na cabeça dele me deixa furioso.
Tá tudo indo bem e dessa vez eu não tô estranhando. Ultimamente venho pensando bastante nos meus amigos e na saudade que tô sentindo deles. A visita rápida que tive de Jonh B e Sarah não deu pra matar a saudade, eu preciso revê-los outra vez, todos eles. Mas enquanto as boas oportunidades não chegam, eu vou aproveitar cada segundo da companhia da S/N e do Rafe também, querendo ou não ele agora faz parte das nossas vidas e por um lado eu fico feliz com isso.
Desde o clima tenso que ocorreu na minha casa eu nunca mais pisei os pés lá, precisava de tempo para me sentir bem novamente em olhar para cada canto daquela casa sem que o choro se instalasse em minha garganta, e eu finalmente me sinto bem em voltar lá. Deixei para trás algumas lembranças da minha mãe que eu quero guardar comigo para sempre, ao contrário de deixá-las no lugar que fomos aterrorizados praticamente a vida inteira. Esse é um assunto que eu tenho que tratar sozinho, por isso acho que vai ser difícil convencer a gata à me deixar ir sem ela. E essa é mais uma coisa que me irrita, eu não preciso da porra de uma babá ou que se preocupem o tempo todo, como eu disse, gosto que se importem comigo, mas sem exagero.
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Já são cerca de quatro horas da tarde e mais parece que são nove da noite por conta do clima frio e chuvoso que predomina em Outer Banks hoje. As folhas das imensas palmeiras se balançam conforme o vento que as sopra, o mesmo que bate contra meus cabelos desgrenhados. Afundei minhas mãos nos bolsos do meu moletom azul e me dirigi até a espreguiçadeira mais próxima que estava ali no jardim, logo me deitando e apoiando a cabeça em minhas mãos frias. Encarava o céu com atenção, notando as nuvens sendo levadas pelo forte vento. Cruzei as pernas e em seguida tirei um baseado e um isqueiro do bolso, acendi e levei o cigarro até os lábios já umedecidos, logo dando uma tragada. A brisa fria que tocava minha pele vez ou outra me fazia arrepiar, fechar os olhos e desejar que essa sensação se prolongasse por muito mais tempo, pois no momento isso é tudo que tô precisando.
