São Só Negócios - Duologia Família Fontana - Livro I

Capitolo Quattro

Eu estava surpresa com a forma que conseguiram descobrir minhas medidas sem ao menos que eu estivesse presente. O vestido vermelho que haviam me dado, tinha um corte perfeito e definia bem minhas curvas. O decote frontal não era chamativo, mas a abertura nas costas era totalmente sexy. Dentro de meu closet, tinha uma parte separada somente para joias, mas decidi usar algo mais discreto, já que o vestido por si só já chamaria muito atenção.
Passei a maior parte da tarde descansando e um dos empregados da casa trouxe as minhas malas restantes para dentro de meu quarto. Meu pai decidiu fazer um jantar ao invés de só bebermos um vinho e fez questão que eu usasse o vestido que tinha me presenteado.

Domenico Lombardi, o conselheiro da família também estaria no jantar. Seria algo mais íntimo, porque meu pai também não queria fazer nenhum alarde a minha chegada. Um outro segurança pessoal de Filippo também estaria presente, seu nome era Fausto. Alberto de Luca, um dos subchefes e Maurizio Ferrari, o capo superior ao meu irmão se juntariam conosco na mesa.

Conheceria todos os mafiosos da família e estava a própria dama de vermelho da sociedade italiana. Me senti presa dentro das histórias que lia nos Estados Unidos e sorri, respirando fundo e pronta pra descer as escadas e ir até a sala de jantar. Conforme caminhava pelo hall que levava até lá, avistei Leonardo encostado na parede, conversando com um homem alto e careca. Ele sim parecia ser o típico brutamontes segurança mal-encarado. Os dois olharam para mim e pararam de conversar no mesmo instante e senti até minhas bochechas corarem.

- Buonasera, senhorita Fontana. – Leonardo estava todo de terno, um tremendo gato!

- Estou bonita, rapazes? – Dei um sorrisinho metido e girei em meus calcanhares, podendo até ouvi-los suspirar. Ah, eu nem precisava de resposta!

Escutei o homem careca limpar a garganta e trocar olhares com Leonardo, que voltou a me olhar e fez menção para que eu passasse por eles. Ainda estava surpresa com o fato daquele homem ser segurança pessoal de meu irmão e bem, como ele mesmo tinha falado, eram amigos nas horas vagas. Conseguia imaginar a quantidade de mulheres que deveriam seduzir juntos, já que Filippo conquistava facilmente todas as moças que queria. Barbara era exemplo disso.

Meu pai, Filippo e um outro homem que deduzi ser Domenico, estavam sentados em suas respectivas poltronas na enorme sala de estar e notei que já haviam bebido mais de duas garrafas de vinho:

- Olhem só para esta dona! – Don Fontana se colocou de pé com um enorme sorriso nos lábios e veio até mim, tomando meu rosto com as duas mãos de forma suave e beijando cada lado de minhas bochechas. – Está espetacular, bambina.

- Obrigada, pai. – Sorri, tímida enquanto Filippo se colocava de pé e se juntava com os outros dois homens que continuavam conversando animadamente.

De soslaio, pude vê-los soltarem uma gargalhada alta e Leonardo abraçá-lo forte, abrindo mais a expressão fechada e bonita que tinha. Senti por um instante que eu devia intimidar aquele soldado. Será que ele tinha medo de mim ou medo de me olhar demais?

- Deixe-me te apresentar para meus homens, venha cá. – Suavemente, meu pai tocou em meu ombro e caminhamos juntos até o centro da sala. Sorri, vendo os soldados se colocando de pé também e me cumprimentando de uma maneira bem formal.

O choque cultural era evidente e por mais que soubesse que eu estava numa sala cercada de criminosos, nunca vi homens tão educados e cavalheiros em toda minha vida na América. Se alguém beijasse a mão de uma mulher, principalmente na época da faculdade, seria vítima de bullying durante o restante de todo o ano letivo inteiro.

- Se tornou uma bela mulher! Sou Domenico, deve se lembrar de mim, mas da última vez que nos vimos, eu não tinha tantos cabelos brancos. – O homem passou a mão em cada lado dos cabelos grisalhos e sorri.