Capitolo Diciannove

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Eu já esperava que Leonardo não fosse aceitar bem o fato de que não passaria o final de semana junto comigo na Sicília, mas parecia querer fazer com que eu me sentisse ainda mais culpada, conforme ia ajudando Fausto a colocar minhas malas dentro do carro que me levaria a mansão Fontana. Seus olhares demonstravam tanto desapontamento, tanta... raiva. Eu não tinha culpa nenhuma sobre o pedido de meu irmão! Sabia até que ele tinha razão, e se notassem algo sobre nosso envolvimento?

Filippo não estava ali para acalmá-lo e mesmo não podendo me despedir como queria dele, já que era meu pai quem estava analisando tudo de longe, sempre que dava, tentava olhá-lo nos olhos e através de minhas expressões, demonstrar que tudo ficaria bem.

- Conversei com Don Sorrentino e ele separou uma frota especial somente pra você na Sicília. - Don Fontana se aproximou de mim, me envolvendo pelos ombros, para que pudesse encará-lo. - Ninguém vai ocupar seu espaço pessoal.

- Uma frota de seguranças? - Sorri desanimada - Tenho certeza que será incrível.

Leonardo fechou o porta-malas e o baque me fez estremecer. Ele me olhou mais uma vez antes de se afastar dali e me deixar à sós com meu pai, já que Fausto aguardava dentro do veículo. Minha mente estava junto dele e mal prestava atenção no que Don Fontana falava para mim. Só de saber que quando chegasse na Sicília, seria cercada por brutamontes, todo aquele futuro passeio se tornava ainda pior.

- Sei que não estou no direito de te pedir nada, minha filha. Mas... Observe tudo.

- Está me pedindo pra agir como uma espiã? - Ergui uma das sobrancelhas, sem acreditar naquilo. Mesmo que falando de maneira discreta, era óbvio o que meu pai queria.

- Estou pedindo pra observar. Você estará no covil nos inimigos, se encontrarmos algum ponto fraco neles, não precisará se envolver com Fabrizio. Não há nada que possamos fazer agora, mas quanto mais informações, melhor. Temos que tirar algo bom dessa situação ruim.

Assenti com a cabeça, sem nem conseguir responder a aquele pedido. Um nó na garganta havia me impedido. Mesmo sem querer, eu estava me tornando membro da máfia. Me coloquei na ponta dos pés para beijá-lo na bochecha e entrei no carro, olhando através dos retrovisores externos a minha casa se distanciando até sumir entre as enormes árvores que envolviam nossa propriedade.

Meu celular vibrou e quando peguei o telefone, senti meu coração apertar ao ler a mensagem que Leonardo havia me mandado:

'' Vou sentir sua falta.''

Foram apenas quatro palavras, mas suficientes para me deixar ainda mais derretida por aquele segurança perfeito, que era ainda mais incrível quando se despia daquela função e se tornava apenas meu amante insaciável.

Fausto era bem sério e trocou poucas palavras comigo. Eu sentia que ele desconfiava da minha relação com seu parceiro de trabalho, mas algo que era admirável nos soldados mais próximos de Filippo, era a maneira que eram totalmente discretos. Nenhum falava nada e respeitava muito meu espaço. A ansiedade começou a me tomar, assim que comecei a pensar na forma que a ''frota'' pedida por meu pai à Don Sorrentino, me trataria quando eu chegasse lá.

Abri um sorriso indignado quando chegamos a mansão e ver que Fabrizio me aguardava em frente a um enorme SUV preto, com outros três carros atrás dele cheio de seguranças. Como Filippo havia mencionado, ele adorava ostentar o quão poderoso era. Se aquela era a forma de tentar me impressionar, não conseguiria. Se soubesse o quanto eu odiava ser seguida por brutamontes de preto e cara fechada o dia todo...

Ele fez questão de se aproximar de nosso veículo e abrir a porta para que eu saísse, com um sorriso sedutor, tomou minha mão e beijou o dorso suavemente:

São Só Negócios - Duologia Família Fontana - Livro IWhere stories live. Discover now