São Só Negócios - Duologia Família Fontana - Livro I

Capitolo Ventitré

Catarina Fontana

Parecia que tudo estava acontecendo ao mesmo tempo.

Fabrizio atender o telefone e causar a ira em Filippo.
Meu pai passar mal quando eu estava fora e eu chegar até o hospital e encontrar Leonardo juntamente de meu irmão. Era óbvio que ele já sabia que eu e Fabrizio havíamos dormido juntos. Filippo nunca andava sem seu melhor amigo e fiel escudeiro, claramente ouviu quando ele ligou para mim e com quem havia falado. A maneira que ele me encarava dizia tudo...

Agora estava ali, recebendo uma outra notícia, pensando se papai ficaria tanto tempo assim no hospital, para deixar o cargo de maior importância na máfia, mas mãos de Filippo. Eu sabia que meu irmão seria um ótimo Don, mas ainda era estranho para mim, imaginá-lo nessa função.

Fabrizio estava paralisado ao meu lado e pude notá-lo fechar as mãos em punho, sem deixar de desviar um segundo sequer seus olhos do rosto do meu irmão. Sua raiva era palpável. Filippo parecia tenso e feliz ao mesmo tempo, enquanto Leonardo ia até ele, o abraçando forte:

- Dio, essa é a melhor notícia do dia.

Esperei que se afastasse, porque era óbvio que não estava feliz com a minha presença e principalmente minha proximidade dos dois e quando o fez, foi minha vez de abraçar Filippo, que continuava com um sorriso de completo estado de choque nos lábios. O envolvi e fechei os olhos, afundando o rosto em seu pescoço:

- Você é o maior merecedor de todos.

- O que aconteceu com Don Fontana? - A voz curiosa e até com um certo tom de ironia de Fabrizio, fez com que eu me virasse para encará-lo. Grudada em Filippo, pude senti-lo respirar fundo e a culpa mais uma vez me sondou.
Seu corpo todo estava tenso, pronto pro ataque.

- Isso é uma informação que não te diz respeito, Fabrizio. E pra você, eu sou o Don Fontana agora.

Ainda próxima de meu irmão, tentei buscar seus olhos. Não precisávamos de brigas ali, tudo já estava pesado demais e eu sentia que não faltariam palavras quando fosse me dar algum sermão. Ele não me olhava, mantinha-se tão sério, com os olhos fixos no rival, como se estivesse pronto para pular em cima dele. Tentei pedir ajuda, nem que fosse com minha expressão de preocupada para Leonardo, mas ele também mantinhas seus olhos lindos em Fabrizio.

- Acho que precisa ter uma reunião com o restante das famílias para provar sua nova posição, Filippo. Seu pai está em um hospital, pode estar delirando com os medicamentos que tomou. Se é que veio até aqui de livre e espontânea vontade.

Filippo não se importou em me afastar para o lado, para ir ainda mais perto de Fabrizio, o peitando com hostilidade. Engoli em seco, sentindo meu coração disparar de nervoso e Leonardo finalmente me olhou, vindo até mim e se colocando em minha frente, me protegendo com o próprio corpo. Mesmo magoado comigo, estava cuidando de mim e aquilo fez com que eu me sentisse ainda pior.

- Está insuando que forcei essa promoção? - Filippo era menor do que ele, mas não parecia se importar com as diferenças - Acho que está confundindo meu caráter com o seu. E se não sair desse hospital agora, não terei nenhum problema em te matar e iniciar uma guerra. Não tenho medo dos Sorrentino.

- Está blefando... - Fabrizio o provocou.

Um grito ficou travado em minha garganta quando tanto Filippo quanto Leonardo sacaram suas armas e apontaram na direção da cabeça dele. Parecia até ser algo ensaiado, mas imaginava que pelo tempo que trabalhavam juntos, conheciam exatamente o porte um do outro e o momento exato de atacarem. Mesmo hesitante, ergui a mão e toquei no ombro de Leonardo, podendo senti-lo estremecer com aquilo. Acho que não esperava que eu o fizesse.