Capitolo Trentadue

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Quando abri os olhos, senti muita dor nos pulsos e me surpreendi ao ver que estava amarrada em uma cadeira. Em minha mão esquerda, havia uma enorme aliança em meu dedo anelar, o que me fez piscar algumas vezes, tentando me encontrar.
Ao olhar pela sala, me surpreendi ao ver Don Carlo amarrado ao meu lado, o senhor estava desacordado, com sangue escorrendo de seu supercílio direito. Aquela não era a casa de Fabrizio, eu não tinha ideia de onde estavámos e o que estava acontecendo, mas sabia que Fausto tinha me levado até ali.
Quanto dos nossos faziam parte de sua gangue de traidores?

Me remexi, grunhindo e sentindo meu coração disparado e dei um grito bem alto, querendo chamar atenção de alguém, querendo malditas respostas:

- Socorro!!!!

Um homem que nunca vi na vida surgiu segurando uma pasta e olhou para Don Sorrentino com uma certa compaixão, depois voltou a me encarar e respirou fundo:

- Senhorita Catarina Fontana, estou aqui pra formalizar sua união com Fabrizio Sorrentino. Você o aceita como esposo?

Parei de me remexer na cadeira para absorver as palavras daquele sujeito parado ali diante de mim. Ele era o que? Alguma espécie de juiz de paz? Estava me casando com um canalha maluco que tinha me sequestrado?

- Onde ele está? Onde esse covarde está?! - Grunhi, sentindo as lágrimas escorrerem por meus olhos e quis ter as mãos soltas para arrancar aquela aliança de meu dedo - Nunca vou me casar com ele, NUNCA.

- Deveria repensar sua resposta, amore mio. - Fabrizio finalmente apareceu e tinha uma arma em mãos. Seus punhos estavam machucados e sua feição era tão sombria, que fez com que eu engolisse em seco - Você tem muito mais a perder do que eu...

Senti meu coração apertar e virei meu rosto, observando Don Carlo ali. Ele tinha amarrado o próprio pai e eu nem sabia se ele estava vivo ou não.

- Eu nunca serei sua. - Voltei a encará-lo - Nunca.

- Eu não estou nem aí pra isso, Catarina. Quero territórios, quero poder. E depois que eu acabar com seu pai, seu irmão e seu amante que está a caminho, estando casado com você, tudo será meu.

Tudo naquela frase me chocava.
A maneira como tudo eram negócios pra ele. A forma tão cheia de si que falava que acabaria com meu pai e meu irmão e pior, dizer que Leonardo estava a caminho dali. Eu respirava de forma tão acelerada que meu peito subia e descia. Remexi mais as mãos dentro das amarras e ergui o queixo, tentando demonstrar uma coragem que não existia ali:

- Está blefando.

Ele não me respondeu, deu de ombros e caminhou pra mais próximo do homem que estava ali antes dele. O sujeito engoliu em seco e pude ver que os papéis que tinha em mãos balançavam, devido a forma que tremia inteiro. Ele então limpou a garganta e me olhou:

- Senhorita Catarina Fontana, aceita Fabrizio Sorrentino como seu legítimo esposo?

- Vão se foder. Os dois! - Mais lágrimas escorriam de meus olhos e me remexi ainda mais, quase derrubando a cadeira.
Fabrizio rapidamente cortou a distância que nos separava e apertou meu braço de forma firme, mantendo-me parada ali. Seu olhar foi frio e engoli em seco de novo, odiando toda aquela situação, odiando até ter voltando para Nápoles.

- Vai acabar se machucando.

- Como se você ligasse pra isso.

- Você vai assinar esses papéis e seremos marido e mulher. Assim, tudo no nome Fontana passará a ser meu e terei uma enorme frotas de seguranças ao meu dispor.

Eu ri, sabendo que seria errado provocá-lo daquela maneira e semicerrei os olhos, analisando o impacto que minhas palavras causariam nele:

- Fausto traiu minha família, o que te garante que vários deles não trairiam a sua?

São Só Negócios - Duologia Família Fontana - Livro IWhere stories live. Discover now