Capitolo Dodici

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Catarina Fontana


Foi estranho ouvir sons de pneu queimando vindo do lado de fora da mansão e curiosa com aquilo, segui em passos rápidos até lá. Filippo deixou o veículo, junto de um motorista que eu ainda não conhecia e meu coração apertou ao vê-lo tão nervoso. Por que ele estava sozinho? Onde é que Leonardo estava?

- O que aconteceu? - Notei gotas de sangue na manga de sua camisa e engoli em seco. - Filippo, o que aconteceu? - Meu desespero começou a se tornar evidente.

Repeti, enquanto ele me ignorava e seguia pisando duro até entrar em casa. Minha mente só formava situações horríveis, nas quais Leo terminava morto. Eu jamais me perdoaria se causasse isso e pior ainda seria odiar meu próprio irmão por tê-lo feito.

- Cadê o Leonardo? Você pode por favor falar comigo??!

Finalmente Filippo parou e soltou uma risada baixa, se virando para encarar meu rosto. Engoli em seco, temendo pelo que ele diria, mas meu irmão só deu um passo em minha direção e tocou em minha bochecha com carinho:

- Gosta mesmo dele, não é? O Leo é gente boa, Cat. Mas se nosso pai descobrir que vocês dois estão tendo um caso, ele pode se foder e muito.

Me aliviei por saber que ele não havia feito nada com Leonardo, mas ainda tensa com a forma que Filippo estava agindo. Parecia prestes a explodir e sabia que não me contaria nada. Não era ''problema meu'' o que acontecia dentro de negociações do trabalho deles. Tinha passado metade do dia com o segurança Fausto, que nem sequer me contou porque Leo tinha sido tirado das funções daquele dia. A tensão me tomou desde então, imaginando que meu irmão possessivo e ciumento tinha levado Leonardo para dar um fim em sua vida.

- O que aconteceu com vocês...? - Agora minha preocupação estava em todos os membros daquela família.

- Nada com que deva se preocupar, amore mio. - Ele deu de ombros - Liberei Leonardo das funções pelo resto do dia, se precisar de algo, peça a Fausto. Tudo bem? - Filippo beijou minha testa com carinho - Te amo.

- Eu também te amo.
Ele deu as costas e subiu as escadarias que levava aos quartos. Eu estava agoniada demais e precisava de respostas. Queria saber se Leonardo estava bem e o por quê de meu irmão estar tão tenso. Fui até a área externa, onde Fausto conversava com o segurança que trouxera Filippo, provavelmente falavam sobre o acontecido e me aproximei deles:

- Quero que me leve até a casa de Leonardo Callegari. Sem perguntas, é uma ordem. 

Os homens se entreolharam com o meu comando, mas realmente não me indagaram. Fausto assentiu e entrou no carro que estava estacionado ali, deixando que o outro segurança abrisse a porta do passageiro para mim. Assim que entrei, peguei meu telefone celular e tentei ligar para Leonardo, mas seu celular estava desligado. Meu coração estava apertado demais! Meu pai também tinha ido junto pra essa reunião e ainda não tinha voltado, mas pela calma de todos os seguranças, imaginei que nenhuma guerra estava prestes a acontecer.

Fiquei surpresa quando o carro parou em frente de uma casa que não ficava muito longe da área privada dos Fontana. A localização dos associados deveriam ter limites de quilômetros para caso algo acontecesse ou eu estava pensando demais? 

- Não preciso que fique aqui, Fausto. Pode voltar pra mansão e lembre-se, nada de falar pro Don o que estou fazendo.

- Sim, senhorita Fontana. - Ele deixou o veículo somente para abrir a porta pra mim e quando saí, rapidamente voltou ao banco de motorista e dirigiu pra longe.

São Só Negócios - Duologia Família Fontana - Livro IWhere stories live. Discover now