Epilogo

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Catarina Callegari

2 anos depois...

Olhar aquela quantidade de malas ali, partiu meu coração mais uma vez. Eu, Leo e nossos pequenos gêmeos, Romeo e Pietro Callegari iríamos para nossa mansão nos arredores da cidade, porque claro que meu marido não iria deixar de assumir seus compromissos como conselheiro da máfia para com o Don Filippo Fontana. Então precisaríamos continuar por perto. Além do fato de tanto o tio quanto os avós dos meninos, estarem apaixonados demais por eles, para permitir que nos afastássemos demais.

A única coisa que não tinha guardado ainda, era o álbum de fotos de nosso casamento e ri ao me lembrar do choque que foi convidar Barbara e ela vir casada. Não foi daquela vez que consegui dar um jeito em meu irmão e fazê-lo finalmente sossegar. Parecia que a vida como Don tinha o tornado ainda mais... canalha

Nosso pai decidiu se abster das funções depois da bem sucedida negociação com os Sorrentino e depois dos nascimentos dos gêmeos, a única função de Giuseppe Fontana agora era a de ser um avô extremamente babão.

Nunca tinha imaginado que a melhor coisa que pudesse acontecer em minha vida, seria me casar com um mafioso. Com um mafioso lindo, bondoso e muito gostoso, que estava vindo em minha direção, apontando para uma mancha branca em seu ombro e com uma carinha de quem não estava muito feliz com o que tinha acontecido ali:

- O que foi?

 Coloquei o álbum de fotos dentro de minha bolsa de mão, porque iria vê-lo e revê-lo durante toda nossa viagem para nossa nova casa e me aproximei, vendo que aquela mancha era nada mais, nada menos do que gorfo de bebê.

- Romeo vomitou em mim.

Ele começou a desabotoar a camisa que usava, ali no meio do hall da mansão Fontana e franzi a testa, sentindo o ciúme brotar de dentro do meu peito e impedi-lo quando já estava nos botões finais:

- E se alguma funcionária ver você assim?

- Tem algum problema nisso, senhora Callegari? - Seu sorriso foi cretino e me fez semicerrar os olhos.

- Seu corpo me pertence, não quero que fique se exibindo por aí.

Sua gargalhada encheu a sala e reverberou por todo meu corpo. A vingança já fazia parte dos meus planos e o torturaria no carro, quando não quisesse mais ver as lembranças de nosso casamento perfeito na ilha de Positano.

- Desde quando se tornou tão possessiva, hum? - Ele se aproximou mais de mim, envolvendo-me pela cintura e buscando minha boca. Derretida por aquele toque, deixei que me beijasse, mas gemi baixinho em seguida, com o cheiro azedo que veio de seu ombro.

- Precisa tirar isso, amore mio.

- Catarina?!

Ele estourou o restante dos botões e não consegui deixar de assistir aquela cena, todas aquelas marcas de guerra espalhadas por seu peitoral e costas. Aquele ex-soldado, ex-segurança e atual conselheiro era a melhor coisa que a família Fontana já havia produzido. E tinha produzido único e exclusivamente para mim. Tinha até aprendido gostar de cada uma daquelas marcas, faziam parte do que meu marido era.
E mesmo sendo tão incrível, enchendo a sala com toda sua presença e porte, era o sujeito mais doce e amoroso que eu já tinha conhecido na vida.
Por isso havia me casado com ele.

Leonardo vestiu outra camisa que encontrou em uma das malas que continuavam no hall da casa e depois voltou a me olhar:

- Pronta para ir, amore mio?

Me aproximei dele, dando um sorriso que ia de orelha a orelha e o envolvi pelo pescoço, me colocando na ponta dos pés, só para beijá-lo novamente nos lábios, dessa vez, me demorando bem mais no toque, adorando a fome que tinha de mim, mesmo sabendo que não havia uma única parte minha que não fosse dele:

- Vou a qualquer lugar se for com você.

- Ah, mia bella signora... Temos dois meninos lá fora começando a chorar intensamente nos braços de nossos seguranças, porque a mamãe deles resolveu ver as fotos que tenho certeza que já sabe de cor como são.

- Gosto de ver a cara de apaixonado que olhou pra mim quando disse que me aceitava como sua esposa. - Ri, dando de ombros bem orgulhosa.

- Eu te amo. - Leonardo murmurou.
E todas as vezes que escutava aquelas palavras, era como as ouvisse pela primeira vez. Logo quando voltou de toda aquela guerra contra Fabrizio, me tomou nos braços e fizemos amor por um dia todo. A memória era tão nítida que conseguia enxergá-lo exausto, com os olhos brilhando e a respiração ofegante, dizendo que me amava, que era meu e que sempre seria.

- Eu te amo.

Respondi de volta, pronta pra ir com ele para nossa nova casa. Uma casa que seria tão cheia de amor e paz, que nossos meninos não precisariam de mais nada! Aquela não era a mesma vida que eu costumava ler em meus livros cheios de romance ou assistir em meus filmes clichês, mas sabia que aquele era meu final feliz.
Ou melhor...
Meu começo feliz.

São Só Negócios - Duologia Família Fontana - Livro IWhere stories live. Discover now