Capitolo Trentaquattro

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Leonardo Callegari


Catarina estava dormindo. Seus cabelos escuros cobriam um pouco de seu rosto lindo, mas era impossível deixar de ficar assistindo aquela cena. Meu coração se apertou quando me lembrei da forma tão maligna quando Fabrizio decidiu mudar o foco e matar a ela, não a mim. Ele encarou a cena tão irado, que preferiu perder tudo pelo qual havia lutado, só por não ter o luxo de não ter Catarina pra si.

Era um desgraçado egoísta.

Me perguntava se a morte de Francesca havia sido um acidente também, já que Filippo fora empurrado contra a ex-namorada e o choque dos dois fez com que a mulher caísse do iate para a morte iminente contra as pedras. Definitivamente não duvidava de mais nada.

Meu celular vibrou na cômoda ao lado e o peguei antes que pudesse acordá-la, vendo que era uma mensagem de meu chefe, dizendo que haviam encontrado o desgraçado. Admirava Filippo, já que uma informação dessas era pra ser dita pelo telefone, mas imaginei que não quisesse preocupar a irmã. Ele passou as coordenadas do lugar que estavam e o respondi, dizendo que já estava à caminho.

- Aconteceu alguma coisa? - A voz sonolenta de Catarina me chamou atenção e me virei, enquanto ela se aproximava, deitando a cabeça no meu peito e apoiando seu queixo, só para me olhar nos olhos - Parece tenso.

- Como você consegue me ler assim? - Perguntei intrigado, curioso com sua resposta.
Ela riu e estendeu a mão, passando o indicador por toda a linha de minha mandíbula, depois sussurrou:

- Porque você aperta seus dentes e suas sobrancelhas ficam unidas quando está tenso, nervoso ou... com tesão. - Sua última palavra a fez mordiscar o lábio inferior e quase abandonei a missão, só para me enterrar dentro dela de novo.

A trouxe pra mais perto envolvendo-a com os dois braços e beijei sua boca de forma demorada. Ficando bons segundos só grudado em seus lábios e depois fui abrindo caminho com a língua, só para explorá-la da maneira que deveria ser. Seu gemido foi baixinho e seu corpo se esfregou no meu, me fazendo estremecer um pouco embaixo dela e suspirar. Catarina tinha um fogo incontrolável e tocá-la, nem que fosse por pouco tempo, já a deixava pronta pra mim. Aquilo era excitante pra caralho, mas tirava todo o meu foco e era o que eu precisava naquele momento.

- Eu tenho que ir... - Ainda estava grudado contra sua boca quando sussurrei.

- Era Filippo? - Suas mãos se apoiaram em meu peito novamente - Ele está bem? Meu pai está bem? Encontraram Fabrizio?

Agora era a minha vez de saber que estava preocupada e decidi ignorar suas perguntas, a afastando de cima de mim e me colocando de pé. Me arrepiei e praguejei baixinho, odiando não ter o calor de seu corpo colado no meu, mas não podia baixar a guarda agora. Jamais ficaria bem sabendo que Fabrizio estava por aí, pronto pra nos atacar, para machucá-la.

- Por favor, não esconda isso de mim. Sozinha aqui sem notícias eu vou surtar! - Ela se enrolou nos lençóis, provavelmente sentindo o mesmo arrepio que eu e vi seus olhos encherem de lágrimas - Por favor...

- Você não pode fazer isso, Catarina. - Meus ombros caíram e senti que ela tinha mais poder sobre mim do que o próprio Don.

- Eu gosto mais dessa frase quando estou te tocando. - Catarina puxou o lençol para poder se colocar de pé e se aproximou de mim, mantendo seus olhos lindos em meu rosto - Não me deixe sem notícias, eu não aguentaria.

Respirei fundo e afirmei com a cabeça, odiando a mim mesmo por quebrar mais outra regra. Aquela mulher sabia bem como me manter em suas mãos e sentia que aquilo ali era só o começo.

São Só Negócios - Duologia Família Fontana - Livro IWhere stories live. Discover now