Capitolo Ventisette

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Catarina Fontana


Eu terminaria tudo com Fabrizio.

Acordei disposta e decidida e assim que tomei café da manhã, pedi que Fausto me levasse até a mansão dos Sorrentino, só para ter uma conversa franca com ele e resolver toda a nossa situação.

Tudo o que havia acontecido entre Leo e eu na noite anterior, só me fizeram ter certeza de que seria impossível não conversar com ele, não respirar perto dele, não... querê-lo. Mesmo sabendo que aquelas eram as ordens que Fabrizio tinha dado. Mal dormi por estar com a cabeça cheia de pensamentos horríveis sobre o que poderia acontecer, caso ele sequer desconfiasse, também por estar de ressaca e completamente ansiosa de ir até sua mansão.
Já tinha preparado meu discurso e contava os minutos para chegar logo lá. Filippo tinha razão, eu tinha que aprender a arcar com as consequências de meus atos e começaria por ali. Ele não entraria em guerra conosco, porque sabia que meu irmão era bem diferente de meu pai e caso tentasse fazer qualquer coisa contra Leonardo, também pagaria por isso.

Respirei profundamente quando Fausto cruzou a área de guarita da mansão deles e quando estacionou, franzi a testa ao notar que tanto Fabrizio quanto seu pai, estavam deixando o carro deles, e claro, com seu comboio de seguranças logo atrás. 

O vidro da janela do motorista estava abaixado, então Fabrizio notou que estávamos ali e veio em nossa direção. Ele ainda não podia ver meu rosto, devido aos vidros fumês das janelas dos bancos passageiros, mas fiquei surpresa ao encarar o dele. Estava ferido! Com um roxo no olho direito, o lábio cortado e o nariz levemente inchado. O que será que tinha acontecido?

Desci do carro sem aguardar que alguém abrisse a porta para mim e franzi a testa, me aproximando dele preocupada:

- O que houve?

- Você não respondeu minhas chamadas, nem minhas mensagens... - Sua voz era baixa e ele também baixou seu olhar - Ainda está magoada comigo pela forma que agi com você?

Toda a minha disposição sobre o possível término parecia ter ido embora. A maneira com que Fabrizio estava se portando agora, tinha acabado comigo. Seus ombros caídos, todos aqueles machucados. Ah, merda. Eu odiava ser tão coração mole!

Estendi a destra, tocando-o na bochecha e ergui seu rosto só para vê-lo melhor. Meu polegar tocou suavemente seu lábio ferido e também em torno do hematoma em volta de seu olho. Suspirei, me sentindo péssima com aquilo e mordi meu lábio inferior:

- Deixe-me cuidar disso e então conversamos melhor, o que acha?

- Eu acho uma ótima ideia, bambina.

Carlo já havia entrado na mansão, então seguimos eu e Fabrizio até o quarto dele, que ainda não conhecia. Ficava no último andar da casa e todas as paredes eram feitas de vidro, onde dava uma visão panorâmica de todo aquele local incrível que morava. Era tão arejado, tão limpo e trazia uma sensação de paz. 

Ele tinha ido até o banheiro, para pegar um kit de primeiro socorros que ficava em um de seus gabinetes e voltou até mim, entregando-o e aproveitando as mãos livres para desfazer o nó da gravata e retirar o blazer que usava. Bufou baixinho ao ver que uma das mangas da camisa branca tinha sangue e me olhou por sobre os cílios:

- Se importa se eu tirar isso?

- Claro que não, senhor Sorrentino. - Enquanto ele se livrava da camisa, eu abria a caixa que apoiava nas coxas para pegar os materiais que limparia seus ferimentos.

São Só Negócios - Duologia Família Fontana - Livro IWhere stories live. Discover now