Capitolo Cinque

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O dia seguinte chegou ainda mais bonito que o anterior e foi impossível deixar de admirar aquele céu azul clarinho sem nenhuma nuvem. Amava o contraste da natureza em torno da mansão com todo o restante e fiquei ali por alguns segundos, só aproveitando o que o mundo tinha a oferecer. Depois de me aprontar, segui para o andar debaixo, onde já não havia ninguém além dos funcionários da casa e imaginei que tanto meu pai, quanto Filippo estavam trabalhando em seus respectivos escritórios dentro da cidade.

Não sabia exatamente a hora que Leonardo chegaria para me escoltar e ainda não tinha pegado o número de telefone dele. Era algo que eu deveria fazer, já que teriam dias que sairia cedo para resolver situações. Cumprimentei as mulheres que cuidavam da cozinha e preparei algo rápido para enganar o estômago. Estava ansiosa por visitar uma prima que era praticamente minha irmã e sabia que ela havia planejado todo um roteiro por Nápoles. Esperava que Leonardo tivesse acordado disposto hoje, porque teríamos um longo dia.

Assim que terminei, segui direto para o lado de fora da casa, onde encontrei o meu mais novo segurança fumando um cigarro e vestido como todos os outros mafiosos daquela família. Eu precisava me adaptar com aquele cotidiano.

- Buongiorno, senhorita Fontana. – Ele jogou o cigarro no chão e amassou com a sola do sapato.

- Bom dia. – Dei um sorriso tímido e me aproximei dele, podendo sentir o perfume gostoso e intenso que usava – Sei que não era algo que queria fazer, mas juro que não sou nenhuma maluca que vai aprontar por aí.

- Eu não acho que seja. – Seus olhos encontraram os meus – Só não é algo que eu esteja acostumado, minha função sempre foi outra.

- Tipo quebrar alguns narizes por aí? – Fiz uma caretinha ao perguntar.

Leonardo soltou uma risada baixa e afirmou com a cabeça. Estava feliz por todo aquele clima pesado do primeiro contato ter passado. Não queria ter inimizade nenhuma com os homens do meu pai.

- Tipo quebrar narizes por aí. – Respondeu, me imitando e em seguida, abriu a porta do carro enorme para que eu pudesse entrar.

Estava surpresa em saber que ele também iria ser meu motorista particular e fiquei impressionada por não estar mal-humorado, por se tornar praticamente uma ''babá'' de uma recém-chegada.

- Hoje iremos até a casa de Nina Marchesi, é minha prima. Acho que você conhece. – Eu disse, ajeitando meus cabelos pretos e pegando em minha bolsa, um espelho redondo para passar um pouco de batom nos lábios.

- Claro, sei onde fica a mansão Marchesi.

Dei um sorriso animado e comecei a prestar atenção conforme fomos saindo dos arredores de nossa propriedade. Tamborilei os dedos no banco do carro e olhei para o rádio desligado, dando de ombros ao ter uma ideia. Já que aquele homem não gostava de conversar, acho que não iria se opor à música:

- Leo... Pode ligar o rádio, por favor?

Ele me encarou através do retrovisor e afirmou com a cabeça, ligando o aparelho e colocando na função Bluetooth:

- Quer parear seu telefone celular?

- Por que não coloca o seu? A gente descobre muito a respeito de uma pessoa quando escuta as músicas que ela escuta.

- E quer descobrir coisas sobre mim, senhorita Fontana? – Ele deu um leve sorriso, mas ao mesmo tempo que parecia ser divertido, havia confusão. Quanto mistério...

- Claro! Iremos passar a maior parte do tempo juntos agora, não é? Se você é amigo do Filippo, pode se tornar meu amigo também. Eu fiquei muito tempo longe daqui, preciso conhecer italianos raízes.

São Só Negócios - Duologia Família Fontana - Livro IWhere stories live. Discover now