Capitolo Sei

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Ao longo do dia, fomos ao Palácio Real de Nápoles, um dos quatro palácios que serviram de residência aos reis de minha cidade e também da Sicília. Eu adorava toda a história Europeia, mas mais ainda da história da Itália. Aquele lugar era cheio de recordações e o Monte Vesúvio era prova disso. Já que destruiu Pompeia há séculos atrás. Fiquei encantada com a quantidade de estátuas e da arquitetura do local, ficando curiosa quando li que o palácio foi construído em 1600 por Domenico Fontana. Me perguntei se o homem foi algum descendente meu. O ponto alto do local era uma fonte oitocentista com a estátua da Fortuna.

Antes do anoitecer Leonardo nos dirigiu até o porto da cidade, para assistirmos a majestosidade que era o sol se pondo visto dali.

Além do sol, em volta do local tinham vários palácios e minha maior certeza era de que Nina havia tirado cerca de 300 fotos só hoje. Decidimos parar em uma das pizzarias que tinha um terraço legal para termos a melhor paisagem e Leonardo ficou só de longe, como sempre, passeando os olhos por cada canto do local:

- Não sei se vou me acostumar com isso. – Suspirei por fim, falando com Nina.

- Não é tão ruim assim. Pelo menos ele é lindo. – Ela deu de ombros, entregando os cardápios ao garçom que havia acabado de retirar nossos pedidos – Adoraria ter um homem lindo atrás de mim o tempo todo.

Revirei os olhos com o comentário de Nina e novamente observei a forma que Leonardo se portava ali. Indo para uma área de fumantes e fazendo questão de ficar num local onde pudesse observar tudo ao seu redor, acendeu um cigarro e continuou passeando os olhos pela pizzaria.

- Eu tinha outra vida na Califórnia, Nina. – Mordi meu lábio inferior, não querendo parecer ingrata – As coisas mudaram rápido demais e além de eu ter que reaprender a viver aqui, tenho que ser observada o tempo todo. Só queria não precisar me preocupar vinte e quatro horas do meu dia, com o meu próximo passo ser ter medo de ter atacada por algum mafioso louco.

Nossas bebidas foram entregues e sorri em agradecimento ao garçom, voltando a atenção a minha prima:

- Ele pode ser lindo, mas além de mal conversar comigo, parece ser leal a todo o código chato que a família tem. - Suspirei derrotada - Mas ter um segurança é melhor do que ter trinta.

- Por falar em lindo... – Ela apontou para duas mesas atrás da gente, onde um homem de mais ou menos vinte e poucos anos, cabelos castanhos ondulados e olhos escuros nos observava. Ele sorriu e não pude deixar de sorrir de volta – A gente devia mandar uma bebida pra ele.

- Nina?! – A repreendi, voltando minha atenção para ela – Ficou maluca? O que é que ele vai pensar.

- Que somos mulheres de atitude. – Dando de ombros de novo, ela tomou um generoso gole de sua taça de vinho e soltei uma risada baixa.

Seria interessante conhecer alguém, nem que fosse só pra ter algo passageiro. Eu tinha acabado de chegar e não podia viver só em função de Nina, ela também teria suas coisas para fazer.
- É, talvez tenha razão. – Falei baixo demais, mesmo sabendo que minha prima ouviria.

- Amei! Garçom, garçom?! – Nina não era nada discreta e a forma com que ergueu o braço para chamar o atendente, fez com que todos nos encarassem por alguns segundos. Leo já havia terminado o cigarro e continuava ali, enquanto o italiano da mesa vizinha, mantinha os olhos em mim.

Tentei disfarçar, bebendo do meu vinho e vendo que Nina estava toda animada com a situação. Por mais que tivéssemos andado o dia todo e estarmos completamente exaustas, ela definitivamente não parava. Seus olhos brilhavam e ela deu um sorrisinho travesso:

São Só Negócios - Duologia Família Fontana - Livro IWhere stories live. Discover now