Capitolo Nove

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Catarina Fontana


Tudo em mim estava me atraindo para Leonardo.  Talvez eu estivesse sendo ingênua demais e só fantasiando devido a maneira que ele estava me tratando, mas era difícil de deixar de pensar nele e as coisas pioraram após nosso beijo. Parecia que quanto mais tentava se afastar de mim, mas me atraía pra perto. Havia algo.

Ou o prazer do proibido estava me deixando com ainda mais curiosidade de ver como aquele homem seria sem todas aquelas amarras que o prendiam a me tratar como uma intocada.

A tensão me dominou o caminho todo de volta, mas fiquei feliz quando ele decidiu por não contar o que havia acontecido na balada. Sei que provavelmente algum outro homem do meu pai contaria, mas o importante era que Leo não fizesse. Fiz questão de bloquear Santiago de meus contatos, mesmo que depois da surra que meu segurança lindo e cavalheiro lhe deu, duvido que tentaria me ligar. O homem era um grosseiro e enquanto dançava comigo, sussurrou o quanto estava duro e querendo me levar pra outro lugar.

Fui idiota em querer manter o encontro de pé, já que depois que o beijo entre Leo e eu aconteceu, não conseguia pensar em mais nada a não ser ele. Mas a forma com que ele agiu após o beijo, me deixou até ofendida, mesmo sabendo que enquanto nos beijávamos, pude sentir toda a sua vontade e fome de mim. Eu só conseguia deduzir que estava agindo assim por medo.

O fim de semana havia chegado e acordei com a luz do sol batendo em minha janela. Abri um largo sorriso e após me preparar para a manhã no banheiro, segui até o andar debaixo, encontrando meu pai e Filippo tomando café da manhã:

- Buongiorno, bambina! - Meu irmão abriu seu largo sorriso sedutor - Já tenho um possível cunhado?

- O que? - Don Fontana arregalou os olhos, mantendo suas torradas espetadas no garfo, me olhando estático - Cunhado?

Revirei os olhos, me sentando junto deles e fuzilei Filippo, que agora se divertia com toda a situação. Acho que não adiantaria muito dar alguma desculpa referente à ontem, já que eu, Leonardo e Santiago não estávamos sós na balada. Então dei de ombros e comecei a me servir das comidas que tinham naquela mesa farta:

- O homem agiu como um idiota e Leo deu uma lição nele. Não foi dessa vez que conseguiu um cunhado, irmãozinho e nem tão cedo será. Tenho muito o que curtir na vida. - Eu não precisava encarar o rosto dos homens ali na minha frente pra saber que ambos me encaravam, esperando mais detalhes do que tinha acontecido e principalmente, querendo entender o que eu quis dizer sobre ''curtir a vida.''

- Leonardo não me passou nada disso. - Filippo estava sério - Que tipo de lição ele deu no homem? Ele o matou?

- Quero o nome dele. - Continuou meu pai. - Quero endereço, nome dos pais, trabalho...

Comecei a rir e não demorou para que se tornasse uma gargalhada. Tive até que tomar um gole de suco de laranja para não acabar me engasgando e olhei para os dois homens da minha vida em seguida. Meu pai, o poderoso Don Fontana parecia confuso com meu ataque de riso, enquanto Filippo mantinha um semblante bem sério:

- Eu sei me cuidar. Eu morei sozinha por anos e sempre esbarrei em caras que me assediavam. - Cortei um pedaço de uma panqueca e levei aos lábios, mastigando devagar e dei de ombros em seguida - Um spray de pimenta sempre me salvou e ontem, Leo cuidou do sujeito. Até demais pro meu gosto. Não precisava bater tanto nele.

- Você não está só agora, Catarina. - Filippo continuou, se entreolhando com meu pai em seguida, de uma forma até que parecia que estavam trocando informações através do olhar - Quero saber quem anda mexendo com você, quem não te respeita, quem te provoca.

São Só Negócios - Duologia Família Fontana - Livro IWhere stories live. Discover now