Capitolo Diciassette

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Leonardo me aguardava encostado no capô do carro. Tinha um cigarro em mãos e fumava encarando de forma fixa a porta de saída da mansão dos Sorrentino. Olhei por sobre meus ombros de forma discreta, torcendo para que Fabrizio não estivesse me acompanhando e dei graças a Deus por não vê-lo ali.

Um arrepio percorreu meu corpo da forma que Leo me olhou, enquanto saía da posição tão hostil que estava, para abrir a porta do veículo para mim:

- Correu tudo bem? - Perguntou, enquanto eu me sentava no banco do passageiro.

Apenas fiz um aceno de cabeça e antes de tomar a direção do volante, vi através das janelas que Fabrizio estava parado na frente de sua casa, com os braços cruzados, lançando um olhar fulminante para meu segurança. Por favor, que eles não iniciassem uma maldita briga ali agora...

'' Mande lembranças ao Don Fontana.'' Ouvi a voz em tom de deboche de Fabrizio ecoar dentro do carro e Leonardo não o respondeu de volta. Parecia odiar vê-lo ali. Queria entender se o problema maior era o fato dele ser da família rival.
Mais uma vez bateu a porta do veículo assim que entrou e bufou algo que não pude entender. A manobra que fez para sair dali, fez com que eu estremecesse e me segurasse nos bancos, para não balançar ou acabar caindo:

- Coloque o cinto, por favor.

Ainda não era hora de passar para Leonardo o que havia acontecido dentro daquela casa, mas sei que logo teria que lhe dizer que no próximo final de semana, iria à Sicília com o homem. Fiz o que ele ordenou, ainda cheio de autoridade na voz e conforme saíamos da área dos Sorrentino, suspirei fundo, querendo quebrar aquele clima pesado:

- Ainda temos metade do dia para aproveitarmos...

- Sobre o que falaram? - Era nítido que estava bravo. Seu nervosismo era visível aos olhos, a maneira que sua camisa se movia ao respirar fundo, como apertava os dedos no volante, deixando suas veias saltadas e juntas brancas.

- Sobre mim. Sobre o que ele quer.

- Ele quer você. - Seus olhos encontraram os meus pelo retrovisor. Até a velocidade que dirigia o carro era diferente e mal notei quando entramos em Nápoles. 

Queria me esticar e tocá-lo, para ele entender que não tinha absolutamente nada que mudasse o fato de que eu estava atraída por um único homem. Só por ele. Até ali, tão nervoso e com o corpo completamente rígido, conseguia tirar de mim pensamentos sujos. Se ele permitisse, até montaria sobre seus quadris enquanto dirigia, só para fazê-lo relaxar.

- Fabrizio quer território, não a mim.

- Não seja ingênua. Você não sabe o que se passa na mente dos homens quando te veem. 

- E por que você não me conta?

Ele riu, mas não porque gostou do que eu disse, parecia ainda mais tenso. Era ciúme, eu tinha certeza que era, só não sabia que conseguiria descobrir uma camada de possessividade em Leonardo tão cedo. Meu ego estava sendo acariciado naquele momento e mesmo sabendo que ainda teria problemas quando contasse o que aconteceria nos próximos dias para ele, estava gostando daquela sensação.

Não demoramos a chegar em casa e quando estacionou, saiu do carro sem abrir a porta para que eu fizesse o mesmo e aquilo me fez franzir as sobrancelhas confusa. A raiva dele estava direcionada à mim agora?

- Leonardo?!

O segui, enquanto em passos largos ele seguia pelo jardins da mansão Fontana, contornando uma área que eu não costumava adentrar, onde os seguranças tinham seus próprios dormitórios, caso meu pai precisasse de suporte durante as madrugadas ou até numa possível batalha.

São Só Negócios - Duologia Família Fontana - Livro IWhere stories live. Discover now