Capitolo Diciotto

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Quinta-feira chegou e o nervosismo começou a me tomar.
No dia seguinte faria as malas para viajar com Fabrizio e ainda mais tenso do que eu, estava Filippo. Que tirou aquela noite para me levar em uma de suas baladas que ficavam na costa e o show de luzes criado nas águas do mar, me faziam esquecer um pouco dos problemas. Como tudo dentro de Nápoles, a vista era de dar inveja.

Leonardo também estava lá e fazia a segurança do local e claro, a minha pessoal também. Ele estava tão lindo e a maneira que me encarava toda vez que tragava seu cigarro, me arrepiava dos pés à cabeça. O que mais me intrigava nele era a forma com que podia se portar como um completo profissional enquanto trabalhava e o melhor dos amantes na cama, quando estava sozinho comigo.

- Leo te contou que foi Fabrizio quem o feriu daquela forma? - Meu irmão se aproximou de mim, notando que eu estava o observando à distância.

Estávamos no camarote de sua balada, enquanto um dos cantores mais conhecidos do país fazia uma apresentação de tirar o fôlego. Vez ou outra eu olhava a desenvoltura do cantor, notando que Leonardo me fuzilava com os olhos, todo ciumento. Mordi o lábio com aquela situação, pensando em mil formas de fugir daquela área e jogá-lo em qualquer beco na qual pudéssemos nos pegar até o fim da noite.

Ele se afastou em passos largos do local que estava assim que notou que Filippo havia o visto ali e a cena fez com que meu irmão soltasse uma risada baixa:

- Acho engraçado a forma que ele foge quando vê que estou observando vocês... - Filippo me entregou uma bebida colorida que também tomava e virou a própria dose num gole só - Minha preocupação são os Sorrentino. Se eles notarem algo, Leo pode correr muitos riscos. 

- Não quero que isso aconteça. - Busquei os olhos de meu irmão, já que havia afugentado meu segurança gostoso - Não quero que nada de ruim aconteça com Leonardo por minha causa.

- Acho melhor que Fausto te acompanhe para a Sicília, tudo bem? Eu converso com ele, explico a situação... Sei que entenderá.

Foi a minha vez de virar a bebida num gole só e o sabor era péssimo, me fazendo encolher o rosto numa careta péssima. Aquilo tirou uma risada de Filippo, mas não aliviou o clima. Eu tinha visto como Leonardo ficava com ciúmes dias atrás e saber que não poderia ficar de olho em Fabrizio, acabaria com ele:

- Tem certeza de que ele te escutará? - Suspirei fundo, tentando não ligar pro ardor que tomava minha garganta - Leonardo não ficou bem quando fui visitar Fabrizio no começo da semana.

- Ciúme não se controla, bambina... - Sua mão tocou meu rosto e ele me acariciou a bochecha. Franzi a testa ao notar que aquela frase não era só pra tentar me consolar, tinha ar de experiência.

Fiquei encarando-o por alguns segundos e Filippo, inteligente como era, notou minha análise e se afastou, indo até um grupo de homens que eram seus sócios e trocando algumas palavras com eles. Ele não me contaria nada agora, mas não desistiria até saber o que realmente tinha acontecido pra ele falar daquela forma e o que de fato havia ocorrido para tornar Fabrizio e ele inimigos.

A noite foi passando e fiquei assistindo enquanto Filippo gargalhava entre seus amigos homens, flertava com várias mulheres, trocava telefone com algumas delas e até ia pra pista de dança com outras, beijando uma aqui, outra ali. Os seguranças dele sempre estavam em torno dele, observando cada movimento que meu irmão dava e aquilo até me aliviava. Porque entre tudo o que fazia, estava bebendo muito, ficando nitidamente bêbado.

Eu e Leo trocávamos alguns olhares, rindo de algumas situações que o segundo capo da família Fontana fazia e ao mesmo tempo, respirávamos fundo, nos controlando para não fugirmos os dois dali para podermos aproveitar a noite da nossa maneira.

São Só Negócios - Duologia Família Fontana - Livro IWhere stories live. Discover now