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Bernardo.

23 de dezembro.

Peguei minha lupa, copo, celular e saí andando de casa junto com o César. Tava tocando pagode, dei uma leve olhada e a Lorena já tava na piscina com as meninas, Maisa e Maitê.

Cumprimentei o pessoal e fui pra perto da piscina, sentei numa cadeira de praia e acendi o baseado.

César: Seus pais? Aceitaram numa boa?

Bernardo: Acho que sim, os quatro conversaram...

César: Suave então! Dá pra ver que vocês se curtem.

Bernardo: Curto ela mesmo, se não nem ia encarar isso por ela.

César: Bom que agora geral vai saber que ela tá contigo.

Bernardo: Não vou sair falando pra geral não, vou deixar eles saberem naturalmente.

César: Você é todo diferenciado, né... — dei risada e passei o baseado pra ele.

Bernardo: Ano novo vai pra onde?

César: Ubatuba e vocês?

Bernardo: Eu vou passar com minha mãe em Copacabana e as meninas com os pais.

César: Cada um sozinho? Vixi...

Bernardo: Vai César, eu te quebro na madeirada. — ficamos trocando ideia mais um pouco, terminei minha bebida e pulei na piscina, fui nadando até a Lara.

Lara: Oi meu amor! — ela passou os braços pela minha nuca e iniciou um beijo.

Bernardo: Cadê seu shorts? — perguntei porque a diaba usa biquíni enfiado no rabo e tinha várias pessoas por aqui já.

Lara: Esqueci lá no quarto.

Bernardo: Esqueceu nada, eu não te conheço diaba! — ela riu e me beijou de novo.

Lara: Olha como fala comigo, em... 

Bernardo: Minha vida, é sério... — olhei seria pra ela. — Se fosse só família, tava tranquilo, mas tem uns caras aí, que se louco...  Coloca um short quando for andar.

Lara: Vou por, só quando for ANDAR! — ela envolveu a mão no meu pescoço e me deu um selinho.

Bernardo: Não quero brigar com você não, então me ajuda aí... — ela deu risada. – Você sabe que eu sou ciumento pra caralho. Quero mudar, mas me ajuda também.

General: E ai, Bernardo. Bora dar uma volta? — concordei com a cabeça.

Bernardo: Vou ir lá, né... — demos risada.

Lara: Vou sair e pegar meu short.

Bernardo: Vamo! — ela levantou e praticamente esfregou a bunda na minha cara. — Aí aí, falo nada... — sai da piscina. — Pera aí pai, já volto. — ele concordou com a cabeça.

Entrei na casa junto com a Lara e subimos pro quarto, ela começou a mexer na mala e eu fiquei olhando umas coisas no meu celular. Respondi o grupo dos moleques.

Lara: Pronto? — bloqueei o celular e olhei ela.

Bernardo: Pronto!? — encarei ela. — Tem short não?

Lara: Isso é um short, Bernardo.

Bernardo: Vamo logo, Lara. Antes que eu me irrite. — ela deu risada e depois me deu um selinho. Descemos, parei na mesa de bebida, fiz um copo pra mim e um pra ela e fui atrás do meu pai. — Vamo? — ele concordou com a cabeça e saímos andando. Sentamos num tronco de madeira. — Pode falar.

General: Fala você, Bernardo! — respirei fundo.

Bernardo: Foi mal, pai. Eu não sabia no que ia dá, que ia durar tanto tempo assim... Acabei deixado o bagulho fluir, me preocupando com ela, com vocês e deixei de lado isso. 

General: Eu não sou burro, Bernardo. — ele me encarou. — Eu sei de absolutamente tudo que acontece dentro da minha casa! Sei que vocês ficavam juntos no quarto e não era na irmandade não!

Bernardo: Não quero que o senhor me ache um covarde ou qualquer coisa do tipo! Eu errei mesmo.

General: Eu sei que não é fácil trocar essas ideias, ainda mais vocês que ficam criados como irmãos.

Estava escrito | Temp. 3Onde as histórias ganham vida. Descobre agora