1

15.6K 410 15
                                    

Bernardo.

Passei a madrugada inteira de vigia, porque anunciaram que ia subir polícia pra favela e no final não invadiram porra nenhuma. Fiquei puto pra caralho!

Quando deu 07h, fui pra casa. Dei graças a Deus que a tia Lorena não estava acordada, se não ela ia falar bem na minha mente. Subi direto pro meu quarto, assim que passei na porta do quarto da Lara ouvi uns gemidos, revirei os olhos e dei dois murros na porta, logo o silêncio pairou no corredor, sorri satisfeito e entrei no meu quarto.

Acordei 13h, com alguém abrindo as janelas, abri os olhos irritado já e vi que era a tia Lorena.

Bernardo: E ai, tia. — disse irritado.

Lorena: Tia nada, Bernardo. Pode acordar! Eu vi a hora que você chegou em casa. — dei um sorriso todo apaixonado, que sei que ela me desculpa.  — Não adianta sorri! — ela fechou a cara, mas logo começou a rir. — Vai Ber, levanta! — ela puxou o edredom.

Bernardo: Tia! — ela me encarou e saiu andando. Respirei fundo e me levantei. Dei uma olhada no celular, respondi as vagabundas que não largam do meu pé, coloquei um pagode no youtube, conectei na JBL e fui pro banheiro. Tomei meu banho, coloquei uma cueca box branca da CK, uma bermuda de sarja preta, passei desodorante e perfume.

Coloquei minha havaianas branca, meu relógio e peguei minha camiseta do palmeiras lançamento, joguei no ombro e desci. Dei de cara com a Lara.

Lara: Você é um ridículo Bernardo! — disse irritada.

Bernardo: Geme mais baixo caralho. — disse sério.

Lara: Vai se fuder. — ela saiu esbarrando em mim.

General: E AI, LARA! — meu pai a chamou e ela ignorou. — TO FALANDO COM VOCÊ MESMO, LARA.

Lorena: Amor, deixa ela... Você sabe como eles são.

General: Deixa ela nada, ai depois estão se comendo na porrada. — ele encarou a tia Lorena. — LARA! — ele gritou de novo e ela voltou, colocou a mão na cintura e fez a típica cara de sonsa dela. — Já falei que não quero essas brigas sem sentido entre vocês!

Lara: Pai, eu não posso fazer NADA, NADA que o Bernardo implica!

General: Não quero saber, a próxima vez vai ser poucas idéias. — ela respirou fundo.

Lara: Posso ir? — perguntou irônica.

General: Vai! — ele disse sério.  — E você. — apontou pra mim. — Fica na sua também.

Lorena: Vou colocar o almoço na mesa. — ela saiu e ficou só eu e meu pai.

General: Só fogo de palha essa porras, né?

Bernardo: Ham, passei a noite toda vigiando a entrada e porra nenhuma.

General: Pode ter certeza que vão subir de surpresa.

Bernardo: Fica tranquilo, tamo forte! — dei um sorriso maldoso.

General: Se controla, em porra. — disse sério. — Depois sua mãe fica falando bosta pra mim.

Bernardo: Tá tranquilo, pai! — ele negou com a cabeça e fomos pra cozinha. Estava a Maitê, Lara e a tia. — Fala coisa fofa. — baguncei o cabelo da Maitê.

Maitê: Oi pudim! — Maitê é minha parceira. — Pai?

General: Ham? — ele se sentou na mesa.

Maitê: Me leva na Maísa depois?

Bernardo: Vai fazer o que lá?

Maitê: Vê ela, oxi. — eu sabia que a Maitê estava toda apaixonada por um moleque da rua da Isabela.

Lorena: Eu te levo, combinei de ir na Clara mesmo.

General: Fazer o que? — todo dia é uma briga aqui em casa, meu pai é ciumento pra caralho, implica por tudo.

Lorena: Conversar com ela Caíque! Posso? — disse irônica.

General: Quebro suas pernas rapidinho.

Lara: Vai pro baile hoje, Ma?

Maitê: Claro! Até a Alice vai vir.

Lorena: Milagre a mãe dela deixar ela vir ver as irmãs na favela. — disse revirando os olhos.

Bernardo: Você gosta de uma prosa em tia.

Lorena: As vezes. — almoçando conversando. Terminei de almoçar, subi pro meu quarto, escovei os dentes, coloquei minha camiseta, passei mais perfume e desci.

Bernardo: To indo mãe. — as vezes chamava a Lorena assim.

Lorena: Toma cuidado! — mandei beijo e sai. Fui pra biqueira e fiquei a tarde toda com os moleques contando dinheiro, separando as drogas e dando uns tragos na maconha.

Estava escrito | Temp. 3Where stories live. Discover now