Don't let me go • Harry Styles

24 | Confession

ELISABETH

Eu tenho me sentido muito mais cansada nos últimos dias, nunca poderia imaginar que fotos cansavam, mas para a minha sorte Harry se importa o suficiente para pelo menos me levar o almoço, apesar de isso ir além de um contrato.

- Você precisa aceitar. - Bob está literalmente correndo atrás de mim.

- Eu não posso. - Comecei a mexer nas roupas penduradas na minha frente. - Meu sobrinho nasce no final do mês, a família é mais importante do que o trabalho. - Ele me conhece o suficiente para saber que eu escolheria eles.

- É um comercial Elisabeth. - Ele andou até o outro lado das roupas e abriu uma fenda entre elas, estamos cara a cara. - Para a Apple.

- Mude a data e eu assino um contrato. - Fechei o buraco que ele abriu entre as roupas e fui até a porta.

- Não dá para negociar com essa gente, ou é sim, ou não. - Ele passou pela porta, provavelmente não fechou. Parei no caminho e virei o corpo.

- Então a minha resposta final é não. - Voltei para o estúdio, não é o tipo de trabalho que se pode perder tempo conversando.

Eu posso apostar que ele ficou fervendo por dentro, eu não posso imaginar o que eu ganharia se aceitasse, mas jamais trocaria minha família por um comercial, se precisam tanto assim de mim, então que mudem a data.

Deixei de marcar presença em Washington para os shows por causa disso, Harry pode ter dito que entende, mas aposto que o narcisismo dele disse outra coisa. Eu não sei se devo agradecer ou achar estranho o fato de não nos vermos a três dias, geralmente ele faz questão, dessa vez parece diferente.

Se estiver estressado igual a mim, o melhor é manter a distância, não quero ter que pisar em ovos e aposto que ele também não.

Mais de dez ligações do Bob, talvez tentando me convencer de novo, não vou atender enquanto não chegar em casa, preciso de um banho, uma comida decente e mais do que isso, preciso dormir, já que fazem três dias que não consigo fazer isso direito.

Suspirei quando percebi que eu estava na frente da porta, um paço e estaria em casa, finalmente. Eu não consigo distinguir o que estou sentindo agora, se estou irritada, ou aliviada, obviamente é a segunda opção, mas eu não falaria em voz alta.

O cheiro característico de algo envolvendo carne e queijo estão presentes agora, uma casa bem iluminada e incrivelmente limpa, eu com certeza não fiz isso, a música é agradável, passos lentos, poderia ser meu irmão, mas ele não faria isso, não com a esposa prestes a dar à luz.

O meu tênis faz um barulho bem característico no piso, talvez tenha sido o sinal da minha chegada. Terno preto e uma camisa branca, eu não faço a menor ideia do que ele faz fazendo aqui, e com essas roupas, se for alguma ocasião especial, eu juro que esqueci.

- Boa noite, senhorita. - Ele disse sorridente, tirando a bolsa do meu ombro, fiquei observando o gesto. - Para essa noite nós temos uma banheira esperando por você, lasanha e o melhor vinho de Los Angeles, seguido por uma cama devidamente quente para uma boa noite de sono. - Ele pareceu pensar por um momento, enquanto segurava meus casacos e bolsa. - Estamos disponibilizando uma sobremesa, se preferir.

- O que? - Olhei para a cozinha organizada e a mesa mais bonita que já vi. - Você fez tudo isso?

- Eu diria que é um dom. - Olhei para ele de novo, não devia ter perguntado. - A água vai esfriar, se demorar muito. - Ele saiu do caminho do corredor.

Ele tem um olhar sugestivo para o corredor, eu não sei o motivo, mas estou adorando, passei por ele, talvez viesse atrás de mim e perderia total controle do teatro dele, mas não fez.