Don't let me go • Harry Styles

29 | Day twenty four

Eu não sei porque eu falo as coisas que falo, quando foi que tive a grande ideia de dizer a ele que procuraria por algum lugar melhor?

Entrar em casas grandes assim já está se tornando rotina, talvez ter pedido pela companhia de Chloe não fosse uma ideia tão boa assim, mas já estamos aqui, na terceira casa do dia.

Por sorte sou uma pessoa de palavra, não tenho tido tanto tempo assim para procurar por lugares onde o senhor Styles se interesse por uma possível compra, eu costumo falar as coisas no calor do momento, mas arco com as consequências das minhas palavras.

- Você está a duas semanas nisso. - Chloe lixa as unhas, apoiando as costas da porta do carona, óculos escuros e o tom de voz é de alguém que está zombando do outro.

- Eu disse que podia. - Parei ao lado dela, estamos esperando o responsável pelo imóvel chegar. - Gostei da faixada, esse bairro parece ser calmo. - Ela deu uma risada nasal.

- É um bom lugar, sim. - Ela concordou ainda em tom de deboche.

Não valeria a pena discutir, perguntar qual é o problema dela, porque sei que quer dizer algo.

O responsável chegou alguns minutos depois, a casa é linda ao lado de fora, muros, não é comum, mas preciso. Entramos na casa, adorável, algumas mobílias, mas mesmo na falta de alguns móveis eu consigo imaginar como seria, como eu decoraria, ideias surgiram.

Uma sala grande, cozinha, sala de jantar, quarto para funcionários, muitos banheiros, varanda, uma sala de vidro com vista para o jardim gigante, escadaria em mármore, seis quartos, escritórios, o porão é adorável e isso é bom, já que imagino sempre lugares horríveis por conta dos filmes, o quarto principal tem uma varanda, um closet espaçoso e banheiro maior ainda, além de uma sala de cinema, não sabia que isso existia em casas, mas eu adorei, já havia gostado de uma sala assim quando visitei outra casa com ele.

- É essa, é a casa perfeita. - Fechei a porta do carro e coloquei o sinto, eufórica.

- A casa perfeita para vocês. - Revirei os olhos e suspirei. - Nem adianta me olhar assim.

- Você sabe que eu odeio quando insinua coisas. - Odeio quando não vai direto ao ponto, não saber o que ela pensa me irrita.

- A casa é perfeita para um casal. - A olhei com descrença novamente. - Qual é, você acha que alguém sozinho moraria aqui? A casa tem seis quartos.

- Ele recebe muitas vistas. - Realmente, não é uma mentira, principalmente da mãe e da irmã.

- O closet tem divisórias. - Ela me olhou de canto.

- Ele pode retirar. - Retruquei.

- Tem dois escritórios, um para você e outro para ele?

- Ele pode fazer qualquer outra coisa com o outro. - Ela se virou, de modo a ficar de frente para mim, mesmo sentada ao banco do carona.

- A casa fica exatamente entre os locais onde costumam ir.

- Você não sabe disso. - Franzi o cenho, ela me lançou um olhar de tédio e inclinou a cabeça.

Mas é verdade, a localização é entre o escritório do Bob e dos estúdios que frequento, e entre os estúdios que ele frequenta, não foi de propósito, eu soube antes de visitar o local, e apesar dos termos ridículos que ela resolveu usar, eu comecei a perceber que talvez, no meu interior e inconscientemente, essa fosse uma intenção minha. Não.

Me dei por vencida de que é apenas um favor, seria essa, teria que ser, e espero que seja do agrado dele, porque eu não vou procurar por outro lugar, fiz o meu melhor e isso basta.