42 | Stalker

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HARRY

Fazia meses que eu não enfrentava problemas ao falar sobre o que aconteceu na mesma casa e na mesma cozinha em Londres, lugar do qual estávamos naquele momento.

Estávamos tentando juntos, e eu estava tentando apenas viver a vida, enfrentar os medos, mas não sozinho, não era uma coisa fácil para mim, era novo, e geralmente eu tinha medo do novo, mas Elisabeth fazia tudo parecer tão fácil.

Ela insistia em usar minhas roupas enquanto estávamos em casa, eu jamais reclamaria, moletom rosa era a escolha da vez, adorável preparando nosso café da manhã.

Meus cabelos não estavam cumprimos como costumava ser normalmente, e me mesmo que caíssem pela minha testa eles não alcançam mais os olhos, e mesmo assim ela insistia em arrumá-lo, passando os dedos entre os fios em uma tentativa de deixá-los presos sem a ajuda de qualquer prendedor colorido que eu usava, eu sabia que preferia sem, e na maior parte das vezes eu não os usava propositalmente apenas para que ela desse atenção a eles.

A abracei de repente, enquanto ainda olhava para o celular e ela preparava nossos sanduíches, um beijo na bochecha seguido de uma expressão questionadora dela.

- Não que eu ache ruim os seus beijos e abraços repentinos, mas qual o motivo de toda a animação? - Ela arrumou meus fios de cabelo mais uma vez.

- Eu já gravei três clipes, sabe o que significa? - Ela negou com a cabeça.

Eu estava em casa a três dias, havia terminado as gravações na Escócia, e quando cheguei em Londres e Liz estava adorável dormindo na nossa cama, eu quase pulei de alegria.

- Significa que estamos quase, e se tudo der certo, no final do ano vamos estar bem longe daqui. - Metade do cabelo preso em um coque bagunçado e a outra metade solto a deixavam adorável, bochechas rosadas e um sorriso se formando. - Só eu e você, o que acha?

- Eu acho incrível. - Ela me beijou rápido. - E para onde vamos?

- Um lugar. - Ela franziu o cenho.

- E que lugar é esse?

- Um lugar. - Dei de ombros, ela começou a fazer a expressão que eu mais temia. - Não, nem pensar.

- Me conte, por favor. - Os olhos brilhando e os lábios formando um leve biquinho, era preciso ser forte.

- Não. - Eu ri da expressão dela se transformando em uma expressão brava.

- Você está sendo muito ruim para mim. Ainda faltam cinco meses para o fim do ano. - Ela voltou a preparar os sanduíches.

- Sabe que não sou ruim para você, minha bela Elisabeth. - Ela revirou os olhos.

- Quando faz isso você é, e não flerte enquanto eu estiver brava. - Ela apontou a faca de pão para mim, aquilo não me cortaria nem se ela quisesse muito, arqueei uma das sobrancelhas.

- E você pretende me ameaçar com isso aí? - Apontei para a faca, ela deu uma risada debochada.

- Eu posso te fazer falar de outras maneiras. - Piscou um dos olhos castanhos.

É claro que poderia, balancei a cabeça para afugentar os pensamentos proibidos que eu tinha de vez em quando só de olhar para ela.

Meu plano era ter uma tarde agradável, depois de duas semanas de gravações todos nós merecíamos descanso, apenas para continuar os projetos alguns dias depois, mas não eram coisas que eu gostava de lembrar quando estávamos só nós dois.

Eu poderia montar um mural de fotos dela se fosse contar com todas as que eu tinha no meu celular, ela não sabia sobre a maioria delas, eu gostava de fotografar, ela mexia na minha câmera às vezes, ficava olhando as fotos das paisagens que haviam na memória dela e de vez em quando gostava de brincar de fotógrafa com a câmera pendurada no pescoço, perdi as contas de quantas vezes ela disse que achava legal eu gostar de fotos.

Don't let me go • Harry StylesWhere stories live. Discover now