Don't let me go • Harry Styles

36 | Trepidation

HARRY

Deitados na cama e abraçados da forma mais desajeitada possível, eu conseguia ver o rosto dela e parte do busto nu, nossas roupas espalhadas por todo o quarto poderia contar um pouco sobre a noite anterior, dopados por adrenalina e amor.

Tirei os cabelos que cobriam uma parte pequena do rosto dela, o toque suave das pontas dos meus dedos no rosto dela a fez sorrir com os lábios, indicando que poderia estar despertando.

Ainda era cedo, o sol invadia o quarto pela parede de janelas sem cortinas, nós tínhamos a vista da pequena cidade.

Senti ela levantar um pouco o corpo, olhos levemente inchados, eu observei ela passar os dedos entre eles, certamente a ajudaria a acordar.

De repente de bruços, o lençol cobria quase todo o corpo dela, com o corpo apoiado nos antebraços ela me olhou e sorriu em seguida, eu poderia me acostumar com isso todas as manhãs.

- Bom dia. - Ela passou a mão no cabelo para tentar arrumar, sempre tão macio, não parecia precisar de nada para estar perfeito.

- Bom dia. - Respondi com o tom de voz um pouco mais baixo do que deveria, ainda estava com preguiça, ela percebeu e riu baixo, me abraçando em seguida.

Ela poderia disfarçar o quanto quisesse, mas eu sabia que estava morrendo de vergonha por estar me abraçando sem qualquer peça de roupa.

- O que acha de sairmos para tomar café? - Perguntei ainda entre o abraço.

- Eu adoraria. - Senti ela beijar meu pescoço, em seguida olhar ao redor e depois para mim. - A nossa noite foi totalmente perfeita, mas sabe no que você não pensou? - Arqueei uma das sobrancelhas e neguei. - Roupas, Harry, você esqueceu de roupas, como vamos sair para tomar café com aquelas roupas? - Ela apontou para o chão com um gesto.

- O que tem de errado com as nossas roupas? - Ela me encarou como se a resposta fosse óbvio.

- Não dá para ir a uma cafeteria com roupas de gala. - Dei uma risada nasal, por mim eu não sairia da cama.

- Eu posso usar só a camisa, tenho um casaco no carro. - Dei de ombros.

- Certo, você só pensou em você. - Ela fez drama e em seguida voltou a deitar ao meu lado.

- Você tem o sobretudo, está frio lá fora, e o que tem demais em ir com roupas assim? - Ela pensou por um momento, cobrindo o corpo com o lençol fino. - Tão linda e tão complicada. - Acariciei a bochecha dela. - Gostou do que eu preparei?

- Gostei muito. - Ela sorriu, tímida, adorável como as bochechas dela podem focar rosadas em segundos. - Obrigada, eu amo você.

- Eu também amo você.

Passaram a ser as minhas palavras preferidas.

* * *

Escolhemos um lugar simples, acolhedor e sem muitas pessoas, no canto da cafeteria comendo pedaços de tortas e experimentando quantos cafés aguentássemos, ela ainda parecia encantada pelo lugar, pela cidade, e eu agradecia por isso.

Uma pausa na conversa, fiquei observando ela comer o pedaço de torta de cereja enquanto fazia algo no celular, era sempre muito bonito e até atraente o jeito como se concentrava nas coisas.

O jeito como era apaixonada pela família também me deixava feliz, eu realmente gostava de escutar ela falando dos sobrinhos, dos irmãos e dos pais, sempre havia algo que a fazia lembrar de algum deles.

- Eu preciso te dizer uma coisa. - Ela me olhou com mais atenção. - Sobre a Camille. - Fiquei sério por um momento, estava espetando a hora certa, mas parecia que nunca chegava.