CAPÍTULO 4

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Sala de estar da mansão

- Eu não acredito que Luiz teve mesmo a coragem de ir até lá - Eduardo exclamava dando um gole em sua bebida.

- Vamos deixar isso para lá, Dudu. Afinal de contas, gosto não se discute, não é?

- Tá maluco, Brunão? Nada disso. Vamos até lá ver essa cena bem de pertinho. Será hilário!

- Então vá sozinho, Edu, porque eu ficarei bem aqui!

- Ah, para, vai! Uma hora ou outra você e ela vão ter que se falar. Vão morar juntinhos aqui, feito marido e mulher. Ou pretende se mudar?

Bruno precisava admitir que desta vez seu colega tinha razão.

- O que eu fiz para merecer esse castigo todo? - Bruno olhava para o alto, como numa prece - Ok, vamos lá! - Disse relutante.

Lúcio continuava observando a movimentação e há algum tempo que percebera os dois homens olhando para sua senhora e cochichando algo. O motorista era capaz de supor que um deles talvez fosse o marido desconhecido de Lorena, mas não saberia dizer quais as intenções a partir daquela aproximação que estava prestes a acontecer. Outra vez Lúcio pôs-se em alerta, para um eventual embate.

- Interrompemos? - Eduardo foi nada sutil na abordagem.

De imediato Lorena sentira asco ao observar o sorriso debochado de Eduardo que pouco havia mudado em doze anos.

- Não interrompe, Eduardo. - Sorria Lorena gentilmente. - Bruno, como vai? - Completou ela ao ver seu marido escondido atrás do colega.

- Oi - Bruno sorria sem graça e acenou de leve com a mão.

- E aí, Luiz , já descobriu se ela cortou "as coisas" fora? - Eduardo fizera um gesto de tesoura cortando o ar.

A piada fora tão sem propósito que gerou um desconforto imenso em todos que estavam na roda de conversa.

- Eduardo e seu humor de adolescente que morrerá se masturbando. Você ainda é virgem ou já encontrou algum mulher medicada que tenha aceitado transar com você?

A resposta saira de forma tão natural e orgânica que Luiz gargalhou de maneira espontânea e Bruno se esforçou para não rir.

Eduardo também não estava preparado para uma resposta tão afiada e rápida quanto aquela que recebera. Talvez estivesse se valendo das memória da época de ensino médio em que Ariel ouvia tudo e baixava a cabeça. Eduardo ficou profundamente irritado, ainda mais ao perceber que os dois colegas haviam achado graça na assertividade da moça.

- Bom, e se bem quer saber, Dudu, eu "cortei" lá embaixo - completou ela de maneira irônica.

- Vamos ali atrás da escada e eu te mostro quem é virgem aqui!

- Ah, Eduardo, até onde sei, dizem as más línguas que você não é capaz de durar tempo suficiente nem para cozinhar um miojo. Foras os boatos de que seu amiguinho aí embaixo - Lorena apontou para as partes íntimas do rapaz - tem um tamanho bem  modesto - ela estimou em centimetros.

Nem mesmo Bruno se conteve e começou a rir. Não poderia imaginar que o humor ácido de Lorena o faria rir e que muito menos seria ela que o vingaria da enxurrada de piadas que ficou ouvindo por toda aquela noite.

- Pequeno? Meu pau não é pequeno. Se enfiar ele na sua boca é capaz de morrer sufocada!

- Morrer? Me poupe! Morrer só se for de tédio e de desgosto. 

Um marido por contrato Onde as histórias ganham vida. Descobre agora