CAPÍTULO 37

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— Eu não posso sair mais cedo do serviço hoje, Conrado! O que você quer ? Que me despeçam? — Castor falava ao celular enquanto mexia algo em uma panela a beira do fogão.

O mordomo estava distraído e Lúcio ouvia atrás da porta.

— Mas tudo parece um motivo para terminar — Castor suspirou exausto — Ok, ok... Que horas? — Seguiu-se uma pausa — Tudo bem. As cinco no parque da cidade.

Então Castor iria encontrar o namorado no tal parque. Talvez Lúcio devesse segui-lo e ver o que de fato acontecia. Se as agressões de fato eram verdadeiras .

~*~

Desta vez Bruno fora o último a chegar ao bar. Luís e Eduardo conversavam animados sobre algo qualquer. Perceberam de imediato a feição prostrada de Bruno sentando-se com o corpo pesado à mesa.

— Morreu alguém, cara? — Eduardo colocou um copo para Bruno e encheu com cerveja.

— Não, não... Antes fosse! — Arfava ele, esfregando os rosto com as mãos — Pior
Que isso ! — Completou dando um gole em sua bebida e olhando para o nada.

— Quer falar com a gente? Desabafa aí, mané! — Luís sempre fora muito solidário com os amigos.

Bruno, porém, não queria que Eduardo soubesse de suas desavenças com Lorena. E não era porque ele fazia piadas, Bruno sentia que o motivo era outro, porém não conseguia explicar.

— Outra hora eu falo! — Respondeu Bruno entornando o copo de cerveja.

As bochechas estavam estufadas e o advogado precisou de dois goles para deglutir todo o líquido em sua boca.

— Mas então, acho que nenhum dos dois ganhou a aposta — Luís comia alguns amendoins.

— Bruno também não conseguiu levar Lorena de volta para casa? — Ria Eduardo com gosto.

— Também não! Os dois perderam!

— Quem te contou, Luís ? Como soube que ela voltou sozinha do baile beneficente?

Luís riu.

— Jundiaí não é uma cidade tão grande. Se levarmos em conta o seleto grupo aristocrata que domina a cidade, vivemos em um bairro. Sem contar a redoma que a Malota representa! — Luís bebericou seu chopp — A senhora Carmen é amiga da minha mãe. Ficou deslumbrada com Lorena. Disse que era muito bonita e que você é um homem de sorte... Mas fofoqueira, mencionou que viu Lorena partir sem o Marido.

Bruno suspirou recordando-se do fatídico dia.

— E querem saber? — Continuava Luís com uma empolgante feição — Senhora Carmen disse que nem se importaria se o filho se casasse com uma mulher trans, desde que fosse como Lorena.

As palavras de Luís não ajudavam Bruno a ficar melhor. Pelo contrário, apenas pioravam sua sensação de remorso. E se nao tivesse agido como um preconceituoso tol*o desde o início? Por que agiu feito um adolescente imaturo?

— É, acho que Brunão e eu não conseguimos. Isso quer dizer que é sua vez, Luís!

Foi então que Bruno riu.

— Bom, acho que Luís tem....Vamos ver... — Bruno olhou seu relógio de pulso — Dois dias e umas três horas para convencer Lorena a sair com ele.

— Que? Como assim? — Luís espantou-se .

— Ela vai voltar para o Rio. Desistiu do casamento, do contrato...Desistiu de tudo!

Um marido por contrato Onde as histórias ganham vida. Descobre agora