Capitulo 13

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~*~

Eduardo apareceu antes da fragrância suave de seu Malbec. Nada lembrava o rapaz hostil que Lorena encontrou na noite de sua chegada.

— Ah, Eduardo... — Apesar de tentar fingir empolgação, Lorena falhou.

— Trouxe a marmita que pediu — Castor, o mordomo, veio sutilmente pela esquerda dirigindo -se a Eduardo que sorria satisfeito.

— Obrigado, castor — Eduardo apanhou a marmita — bom, Lorena, fiz questão de pedir para que separassem um pouco de comida para você.

Era estranho aquela preocupação com Lorena. Se o rapaz quisesse ganhar aposta que fizera com Luiz e Bruno na mesa daquele bar, Talvez devesse agir de um modo mais natural.

— Eduardo, que horas é o jantar começou?

— As sete, por quê?

Como suspeitava, Soraya não queria Lorena naquela reunião. Ao fazer o convite Soraya havia sido clara que o jantar começaria às oito, mas pelo visto dissera o horário errado de propósito.

— Por nada! Posso ficar com a marmita?

— Claro, Lorena! — Eduardo entregou o pote

— venha, tem um lugar vago ao meu lado a mesa, Lorena.

Lorena faria questão de comer sentada à mesa. Se Soraya não a desejava naquele contexto, era ali que ela estaria.

Bruno estava a centímetros da moça loira sem qualquer preocupação com a presença de sua esposa a mesa. Era ciúmes que Lorena estava sentindo?

— Lorena, querida, já estava aflita achando que não viria. Ela não está linda, Baltazar? — Soraya incluiu o marido na conversa para quem sabe soar mais sincera.

— Muito mesmo! — Baltazar não mentia, proferindo as palavras como se estivesse hipnotizado pela sobrinha — digo, elegante— Retrucou tentando não parecer um idiota.

Soraya não entendia porque a Lorena não parecia abalada, como se o fato de ter mentido sobre o horário do jantar não a tivesse irritado ou atingido. O casamento com seu sobrinho Bruno fora um acordo que não garantia a Lorena que teria paz ou se sentiria confortável naquela casa e Soraya estava disposta a fazer com que Lorena não tivesse paz.

— Serena, minha flor, gostou do jantar? — Soraya iniciava suas tentativas de perturbar a médica.

Então aquela mulher loira se chamava serena e Bruno olhava com certo fascínio para ela. Sua tia a havia convidado pois sabia que Bruno serena já tinham tido um romance mal resolvido na época da adolescência. Soraya queria garantir que ficasse claro para Lorena que seu sobrinho em hipótese alguma poria os olhos nela.

— Muito agradável Soraya. O camarão estava uma delícia. Muito obrigada pelo convite! — Serena era doce e gentil.

— Por nada, querida. A propósito, você está linda hoje. Ótima escolha esse vestido, não concorda Bruno?

A megera havia achado aquele vestido de péssimo gosto, mas queria a todo custo atingir a esposa de seu sobrinho, Lorena.

— sim, ela está sempre deslumbrante, tia.

A cada minuto Lorena realmente pensava que ter ido ao jantar não fora uma boa ideia mesmo. Óbvio que ela não acreditava que Soraya faria aquilo puramente para atingi-la. Talvez fosse apenas soberba da megera que a fazia agir daquele modo. Mas o ambiente não era agradável nem um pouco.

— Está bem?

Lorena estava distraída e se esqueceu que Eduardo sengará -se bem o seu lado.

— O que?

— A comida, Lorena. A comida está boa? — Completou rapaz.

Eduardo não estava habituado com aquela indiferença. Geralmente as garotas eram que se atiravam para cima dele. Lorena, pelo contrário, parecia distraída, com as ideias bem distante dele. Mas a aposta valia R$10.000.

— Ah, sim!. Um pouco fria, porém saborosa.

— Nem me agradeceu por ter pedido para aguardarem um pouco para você. — Foi a forma que Eduardo encontrou de sutilmente demonstrar indignação com a indiferença de Lorena.

— Desculpa. Gentil da sua parte. Eu só não imaginava que...

—... Que eu pudesse ser diferente daquele babaca do passado?

Soraya havia se saído bem na última investida para desestabilizar Lorena. Ela tentava a todo custo manter uma linha de raciocínio na conversa que levava com Eduardo, porém estava difícil.

— É, bom..., Somos de mundos tão diferentes! Bobagem. Obrigado de novo... Pelo gesto.

Não era difícil sentir-se bem perto de Lorena e Eduardo começava perceber isso. Óbvio que a indiferença da moça servia como um na espécie de desafio que O atiçava. Por alguns instantes o rapaz até mesmo esqueceu que Lorena era trans..

Após a sobremesa, Soraya sugeriu que fossem para varanda esperar pelo café que estava sendo feito. Serena em momento algum foi informada que Bruno era legalmente comprometido e era toda sorrisos para o amado jovem, que até ali seria solteiro.

Era uma sensação esquisita Lorena ter ciúmes. Mesmo após todos aqueles anos era como se os sentimentos não tivessem mudado nada. Bruno continuava sendo bonitão da escola rodeado por alguma garota bonita e popular — naquele momento serena cumpria bem o papel.

— psiu ... Trouxe o que pedi?
Bruno agia como se tem medo de ser pego.

— Trouxe sim. Pra que você quer po de mico, cara? Não estamos mais no colégio! — Eduardo retirou um frasco do bolso e entregou a Bruno.

O restante das pessoas, incluindo Lorena, permaneciam na varanda e já se serviam do café que Castor celeste ajudavam a servir.

Bruno Eduardo estavam no interior da casa, ao pé da escada.

— Uma pequena vingança, Eduardo. Depois te conto melhor. E suas investidas na Lorena? Tem conseguido algo?

Bruno permanecia olhando o pequeno frasco com pó dentro.

— Bom, ela é na dela, né? Parece sempre aérea... Se trocamos três palavras foi muito! — A fala de Eduardo soava mais como uma queixa.

— O que? A Lorena Te esnobou?

Bruno tentada não rir.

— Não foi isso que eu disse! Ela é muito desligada. E sabe como é, acho que não estou conseguindo transmitir interesse, afinal, não há um interesse real, ela é um homem, afinal de contas.

— Ah ah ah ah ah ah ah, eu vi o jeito que ficou olhando para minha esposa — dessa vez Bruno zombava de Eduardo como este fizera na última festa — só não se apaixona que Lorena ainda é comprometida — completou Bruno com maior deboche.

— Vai se ferrar, cara. Quando eu ganhar os R$10.000 você não vai rir assim.

— Vamos ver. Vou observar você de longe, aí quando chegar a minha vez não cometerei o mesmo erro.

Um marido por contrato Onde as histórias ganham vida. Descobre agora