Capítulo 16

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~*~

Ter ficado aquele tempo todo agachada causou uma dor muscular intensa na região cervical de Lorena. Repetia seguidamente para si mesma que precisava se alongar mais e retornar a academia imediatamente.

Serena já estava fora de perigo. Bruno levara a jovem moça para o hospital e Lorena ficou em casa para evitar mais alvoroço.

Ainda causava desconforto ver toda aquela atenção que seu marido dava garota, apesar da situação exigir. Além do contexto, Bruno Aparentava gostar muito dela. Lorena sabia que era estúpido sentir ciúmes de seu marido, Bruno não seria capaz de demonstrar interesse por ela, pensava a médica.

— Celeste, muito obrigada pela ajuda — Lorena separava um pijama para poder se deitar.

— Por nada doutora. Estou um pouco enferrujada, mas foi bom relembrar dos tempos que trabalhava em emergência — A empregada terminava de dobrar algumas roupas do cesto em cima de uma cadeira no quarto.

— Desculpem não ajudar, eu estava manobrando os carros dos convidados — Lúcio tinha acabado de trocar a resistência do chuveiro de Lorena. Com a pane no painel de energia pela manhã, o chuveiro queimou.

— Não foi preciso, Lúcio. E além do mais, o que eu peço você faz. Sempre! Você é um amor!

— Que bom, doutora! A propósito, já consertei o chuveiro. Está novinho em folha.

— Que maravilha! Vou tomar um banho e me deitar. Que dia cansativo foi esse? E pode deixar isso pra amanhã, Celeste. Qualquer coisa eu mesma dobro depois.

— Nada disso, menina! Já ouvi essa história antes! Você fala assim e depois as roupas ficam séculos jogadas por aí criando pó. Término aqui rapidinho enquanto a senhora toma banho. Não se preocupe!

~*~

Lúcio descia as escadas em direção ao seu quarto nos fundos da casa. Com o ocorrido com Serena, o jantar fora finalizado antes do previsto.

Lúcio ouvia risadas vindas da sala.
Era uma voz de homem, porém afeminada. Era alguém que conversava com Castor.

— Acho que tenho um pó compacto na minha bolsa, Castoretti.

Lúcio apareceu na sala e ficou um tempo observando a situação até ser notado. Castor estava sentado no sofá com roupas coloridas bem diferentes do uniforme preto do dia-a-dia. De frente para ele um garoto que não devia ter mais de 25 anos, de cabelo longo loiro e pele branca. O short curto que  usava, a  regata e o fato de usar maquiagem, causaram certo estranhamento em Lúcio.

— Pronto, achei! — Disse o rapaz vasculhando uma imensa bolsa feminina.

— Será que vai ficar no tom certo da minha pele?— Castor parecia ter a voz mais grave se comparada a do amigo.

—Óbvio que irá! E... — Foi então que o rapaz reparou o motorista passando — nossa! Que homem é esse? Quem é, castor?

Lúcio fingiu que não havia sido com ele e tentou caminhar para seu quarto. Isso até ser detido, quando o chamaram.

— É o motorista da doutora Lorena!— Respondeu castor — Lúcio, aonde vai?

O motorista  virou-se e sorriu timidamente.

— Estou indo para o meu quarto! — Respondeu aproximando-se devagar.

— Ah, sim. Esse aqui é meu amigo, Jorge! — Apresentava Castor.

Jorge eriçou-se com a beleza e porte de Lúcio. Ergueu-se com um sorriso contagiante e demasiada delicadeza, estendeu a mão, como se fosse para Lúcio beijá-la.

— Georgette para os íntimos! Mas você, bonitão, pode me chamar do que quiser... Digo, pode ser Georgette!

Ao perceber que Lúcio estava tímido com a situação, Castor puxou Georgette para trás.

— Ai, Castor. Não precisa ser grossa! — Disse o rapaz massageando o braço apertado por Castor.

— Então para de ser tão assanhada!

— Vocês vão sair? — Perguntou Lúcio.

— Sim, vamos a um bar beber um pouco com algumas amigas. Você não quer vir com a gente? — Sugeriu castor — nossas amigas que estarão lá são deslumbrantes. Aposto que vai curar essa sua dor de cotovelo logo logo! — Castor deu uma leve piscadela para Lúcio.

— Isso, vem com a gente! — Completou Georgete.

— não sei... Amanhã precisarei levantar cedo.

— Nós não voltaremos tarde. Vamos aproveitar e conhecer melhor a cidade, garoto. — Disse Georgette

O rapaz pensou por alguns instantes. Olhou o relógio de pulso e fizera algumas contas sobre quanto tempo teria pra dormir caso chegasse de madrugada. Como estava habituado a rotinas malucas, pensou que não faria mal espairecer um pouco .— OK. Eu irei! Só me deem um tempo de guardar essa mala de ferramentas, tomar um banho e me vestir.

— Todo tempo que quiser — suspirava Georgette com os olhos de quem estava visivelmente apaixonada!

— Ai, Georgette, a senhora não mudou nada né?

~*~

Serena recebeu alta da emergência após um tempo de observação. Bruno a deixou em casa e voltou  muito exausto à mansão. Tudo que queria era apenas se jogar no sofá e ver algum filme no Netflix .

Ele subiu as escadas quando ainda logo dos primeiros degraus pode escutar  uma gritaria vinda do quarto de Lorena. Lembrou-se do que havia feito mais cedo, e imaginou que deveria ser Lorena se coçando de forma desesperada.

Quando chegou no corredor e ao percebeu que era exatamente o que supunha, Bruno ficou parado de longe divertindo-se imaginando o desespero de sua esposa. Finalmente sentia-se vingado depois do que Lorena lhe causou.

Lorena saiu desesperada do quarto se coçando toda. Ela vestia um pijama de seda cintilante. Antes de observar a vermelhidão no corpo de sua mulher, Bruno reparou o belo par de coxas firmes que ela tinha.

Celeste passou rapidamente por Bruno, ansiosa por acudir sua senhora. Parecia nem
Mesmo tê-lo notado.

— Menina, está cheia de manchas!

— Sim, celeste. Logo que me deitei comecei a sentir  o corpo todo pinicar e uma coceira intensa. Não sei o que pode ser isso!! Que agonia!

Bruno fora notado  por Lorena, porém, naquele momento ela nem imaginava que o responsável por tudo aquilo era o próprio marido.

— Sua cara está horrível, Lorena! — Bruno segurava o riso.

— Está achando graça nisso tudo? — Lorena não parava de se coçar.

— Bom, não sei o que houve. Mas te ver assim é... como vou dizer? É gratificante. E que saber? Acho pouco depois do que me fez hoje cedo contando toda aquelas mentiras a Susana.

— Quem é Susana?

— A garota que veio comigo pela manhã, não se faça de Desentendida.

— Pois eu não me lembro! — respondeu Lorena — Não fico verificando quem está ou não com você. Aquilo foi um infeliz incidente e apenas isso. Celeste , você ainda tem aquele antialérgico? Preciso tomar um para ver se a coceira passa...

— OK, doutora, vou buscar e volto em um minuto. Aguente firme!

Bruno deu um risinho bem sarcástico para Lorena, se deliciando com a cena. Ele jogou o paletó atrás no ombro e tomou a direção de seu quarto, assobiando e se divertindo com tudo aquilo.

Nota: comentem e votem!!! Adoro vocês!

Um marido por contrato Onde as histórias ganham vida. Descobre agora