Capitulo 29

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Acho que são correspondências para senhorita Lorena — Castor verificava as últimas coisas que haviam chegado pelo correio.

Havia muitas cartas sobre a bancada de mármore da copa

Celeste secou as mãos, pois lavava louça, e pegou o envelope:

— Quem manda carta em pleno 2021? — Celeste via atrás do envelope o remetente — Baile beneficente dos moradores da Malota. — Lia a senhora.

— Então se trata de  um convite. Acho que deve ser o evento que os Bittencourt realizam todos os anos para arrecadar fundos para uma instituição de caridade. Tipo um Teleton.

Celeste ia prontamente entregar o envelope a sua senhora. Não confiava nos outros empregados .

~*~

Lorena falava com alguém dentro do quarto, num tom de certa irritação. Celeste parou pela porta, observando Lorena há metros de sua cama tentando afugentar um gato que lambia suas patinhas deitada no travesseiro da médica.

— Saia daí, gatinho... Pspspspsps...

Celeste ria do medo que Lorena tinha do pequeno felino.

— Eu pego para a senhora. — A empregada foi até Beatriz e acariciou a cabeça da gatinha — Você é muito linda, gatinha.

Lorena sentiu um alívio quando Celeste pegou Beatriz no colo, a retirando de sua cama.

— Graças a Deus. Caramelo também havia fugido enquanto discutia com Bruno. Mas acabei de vê-lo escondido no box do banheiro. Tentei tirá-lo de lá, porém ele se assustou com essa gata e correu se novo para se esconder.

— Tá tudo bem, senhora. Eu levo a Beatriz para o senhor Bruno. Vim aqui trazer essa carta que chegou hoje. Na verdade creio ser um convite de algum vizinho aqui do condomínio...

— Ah, obrigada, Celeste. E quando for levar a gata para o Bruno, avise para não deixá-la solta pela casa. Caramelo tem medo!

Celeste assentiu, sabendo que de nada adiantaria. Bruno talvez até deixasse a gata solta apenas para irritar a patroa.

Lorena abriu o envelope e de fato era um convite. Um baile beneficente na mansão dos Bittencourt. Dizia que estavam sendo convidados Lorena e seu marido Bruno.

Seria estranho se fosse sozinha. Mas como convenceria o próprio marido a ajudá-la? Ir à esse baile significava conquistar um posto de prestígio dentro da aristocracia jundiaiense. Afinal, dinheiro pouco importava se os outros ricos não te enxergassem como uma deles.

Mas pensaria nisso depois. Primeiro precisaria tirar Caramelo de dentro do box do banheiro.

~*~

— Francisco, já está no prédio? — Soraya dirigia para empresa do marido, rumo ao almoço que combinaram no sábado.

— Sim, Soraya. Os outros caras estão colocando o corpo dela na van. — O padrasto de Lorena olhava para os lados enquanto falava ao celular, sempre muito desconfiado.

— Ótimo, ótimo. Despachem para um lugar bem longe, para que nunca encontrem. Talvez até suspeitem de que foi arrebatada, tal
Como uma profetiza. — Ria a megera.

— Quando terminar aqui eu te dou um ok, meu benzinho!

— Não, Francisco. Passarei o resto do dia com meu marido. Não quero que ele desconfie de nada. A noite eu dou um jeito de falar com você. E se atentem para não deixarem vestígios.

Um marido por contrato Onde as histórias ganham vida. Descobre agora