CAPITULO 38

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No dia em que Lúcio seguir Castor até o parque da cidade, ficou a espreita para ver o que acontecia. Conrado, o namorado do mordomo, tinha gestos aparentemente agressivos, porém , da distância que Lúcio estava, ouvia-se muito pouco e apenas era possível fazer suposições.

Em momento algum acontecera violência física e nem mesmo Conrado tocou em Castor.

Ao término do encontro, o motorista apressou-se para sair do parque antes que o amigo visse seu carro e descobrisse que Lúcio o seguira até ali.

Ele olhou no relógio e percebeu que já passavam das seis, horário que Francisco, padrasto de Lorena, costumava sair do trabalho. Talvez fosse bom retomar as investigações que sua patroa havia pedido.

Nos dias que espionou a vida do diácono não encontrou nada de muito substancial. Na segunda houve uma parada no posto para abastecer, na terça passou na igreja, na quarta supermercado e pela quinta saíra antes e Lúcio não pode segui-lo como vinha fazendo.

Porém, na sexta, o motorista ficou a paisana esperando Francisco ir embora. E cinco minutos antes do horário de sempre, o alvo partia para casa.

Ou não.

Um sorriso se abriu no rosto de Lúcio ao perceber que o caminho não era o mesmo. O diácono tomara outro percurso o que apontava para as desconfianças de Lorena estarem certas.

O carro de Francisco parou em frente a uma escola de ensino médio. Lúcio manteve-se a alguns metros e usava binóculos para ver melhor, no mais alto estilo detetive.

Aos poucos uma leva de alunos foi saindo e uma garota de cabelos pretos longos com mochila e uniforme caminhou na direção do carro do padrasto de Lorena.

A menina parecia desconfiada ou que não quisesse que a vissem. Nesse momento, presumindo o pior, Lúcio pegou seu telefone celular e acionou a câmera. Tão logo a jovem moça bateu no vídro do carona de Francisco, o Motorista passou a fazer vários cliques.

— Que cara nojento!!!! Ela é menor de idade!!!!!

A porta do carro se abriu e a menina jogou a mochila no banco de trás antes de entrar.

Após a partida deles, Lúcio arrancou vagarosamente, para não ser percebido. Apesar de querer muito ajudar sua senhora, o desejo do homem era discar para a polícia e denunciar aquilo.

E o pior realmente acontecera. O automóvel perseguido tomou uma rodovia deserta em direção a cidade vizinha. No meio da estrada desviou para uma rua mais vazia ainda onde os letreiros iluminados diziam : MOTEL.

— Filho da mãe!!! Ela é só uma criança!!

Ainda com raiva, o motorista tirou inúmeras outra fotos, inclusive dos dois descendo do carro. A menina deu um leve selinho naquele homem que devia ser uns trinta anos mais velho que ela.

— Você vai ter o que merece, velho nojento!!! — Dizia Lúcio a si mesmo aperto com força o botão de tirar foto.

~*~

— Mas essa agora, Soraya? Luís descobriu que você desviou dinheiro da empresa? Balthazar disse algo?

— Não. Não disse. Mas é só raciocinar, Francisco. E vão chegar até mim. — Soraya baixou o vidro do carro para respirar melhor.

— E o que vai fazer? Vai jogá-lo de um prédio igual fez com a pastora? — Ria o diácono com escárnio.

— Não. Não farei isso. — O olho da megera cintilava por ter tido uma luz — Farei coisa pior com esse insolente.

Um marido por contrato Onde as histórias ganham vida. Descobre agora