Capítulo 34

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~*~

Lúcio permanecia inquieto em seu quarto. Pensava no fato de existir alguém sendo violento com Castor, que era um rapaz tão bom. Logo lembrou-se do incidente no bar, quando o valentão queria agredir o mordomo somente pelo fato dele ser o que era.

Tomado pela dúvida, o motorista decidiu por fazer algo que jamais faria: ir ao quarto do amigo perguntar por que ele estava mentindo, quando era um fato que O namorado o agredia.

— Lúcio! — Espantou-se o rapaz — Aconteceu algo? Já está tarde!

— Não. Comigo está tudo certo.

Castor ainda permanecia com a feição de quem compreendia coisa alguma.

— Pois fale, homem! O que ta havendo?

Com os pulmões já cheio de ar e após olhar para a esquerda, Lúcio disse:

— Por que está mentindo, Castor?

O mordomo fez uma careta, questionando-se se Lúcio realmente teria coragem de invadir sua privacidade.

— Não entendi sobre o que quer dizer, Lúcio. Você está sóbrio?

— Mas é óbvio que estou! Me refiro as manchas rochas. Semana passada era em um braço, agora já está no outro. Por que não aceita minha ajuda!? Esse tal Conrado está te ameaçando?

Castor revirou os olhos.

— Não estou acreditando que você me acordou a essa hora simplesmente para mencionar um assunto que não lhe diz respeito.

— Sim, você tem razão. Não é da minha conta. E nunca faço isso, pra ser sincero. Mas sei lá, criei um apreço por você e somos amigos, não?

— Colegas, Lúcio. Colegas! Não lhe dei permissão para ser invasivo! Não se intrometa entre mim e meu namorado! Não queira bancar o super herói e salvar o mundo! Algo mais?

As palavras do mordomo soaram duras aos ouvidos de Lúcio, porém Castor estava coberto se razão. Nunca fora pedido ajuda, então porque o motorista queria intrometer-se?

— Ok... Ok — Lúcio colocou as mãos nos bolsos, sem saber muito o que fazer — Me desculpa. Fui invasivo.

— Está tudo bem. Boa noite, Lúcio. Durma bem!

E após um aceno, o mordomo fechou a porta com um pouco mais de força que o necessário.

~*~

Castor gostava muito de seu namorado, Conrado . Haviam se conhecido naquele mesmo bar, quando apresentados por uma amiga em comum.

Muitas afinidades, química. Até que finalmente passaram a namorar. Com o passar dos meses foram fazendo planos e Conrado, de uma maneira sutil, passava a controlar a vida do mordomo. Decidia quais amizades poderia ter, quando sairia para se divertir.

A relação chegou a um nível de toxicidade que Castor preferiu por um ponto final. Foi na mesma época em que Georgetti, Lúcio e ele estiveram no bar.

Porém, após muita insistência de Conrado sobre procurar melhorar e mudar, Castor decidiu dar uma segunda chance, afinal, não conseguia se ver sem o rapaz por quem estava perdidamente apaixonado.

E Lúcio tinha razão. As equimoses arroxeadas em seus braços foram provocadas pelo
Namorado. Não chegava a ser uma violência gritante, mas os puxões e empurrões quando estavam juntos acabavam ocasionando tais sinais que o motorista percebeu.

Castor até se ressentia pela maneira rude que tratou Lúcio, pois sabia que o homem somente queria ajudá-lo, que tinha boas intenções.
Porém, Pensava também que se não fosse certeiro em Suas falas, Lúcio acabaria ganhando espaço para intervir e não era isso que Castor desejava.

Um marido por contrato Onde as histórias ganham vida. Descobre agora