Capitulo 35

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~*~

Fabiana era oficialmente namorada de Higor, seu amigo de infância e por quem nutria uma paixão platônica, dessas dignas de uma novela.
Um namoro fake, mas era.

Porém, a irmã de Lorena mal sabia os problemas que viriam por conta disso. Catarina, a ex-namorada de Higor, talvez não tivesse digerido bem toda a situação e quisesse demonstrar seu descontentamento de uma maneira não muito agradável.

Enquanto caminhava pelo corredor em direção a sala para sua primeira aula do dia, Fabiana apenas percebeu um obstáculo no caminho quando já tombava ao chão. Catarina havia colocado o pé na frente e derrubara a garota.

— Gente, a esquisita caiu no chão! — Catarina , tal como uma garota popular dessas de filme americano, chamava a atenção do colégio para a humilhação que Fabiana estava prestes a sofrer.

Por conta da queda, os óculos da irmã de Lorena foram parar longe. Definitivamente não havia sido um bom dia para perder as lentes.

— Tá procurando o quê, esqusitona? — Catarina pisou na mão da rival, que tateava o chão à procura do óculos.

Toda a rodinha em torno das duas ria da crueldade com que Catarina agia.

Catarina era admirada por toda a escola. Alta, loira e de curvas provocantes. Parecia ter passe livre para fazer o que bem entendia. Seu namoro com Higor acontecia simplesmente porque o jovem era a estrela do time de vôlei.

— Mas escuta uma coisinha — Catarina agachou-se — Afaste-se do meu namorado, tá me ouvindo?

E nisso o sinal para que todos fossem para suas aulas tocou. Fabiana conseguira pegar seus óculos, mas percebeu que uma das pernas estava quebrada. Catarina pisara de propósito para quebrar.

— Esqusitona. O recado tá dado!

Fabiana ergueu-se, juntou os livros caídos e correu para o banheiro chorar.

~*~

— Celeste Caldas Bueno — Chamava a atendente do consultório.

A senhora entrou na sala e o médico pediu que ela se sentasse. Ele Estava com a radiografia de seus pulmões para analisar.

— E a senhora tem tido febre? — O médico olhava as imagens as colocando contra a luz. E pela expressão, o homem parecia preocupado com o que via.

— As vezes sim, doutor. Mas baixa com dipirona. Me sinto bem.

O médico juntou as radiografias e as dispôs sobre a mesa. Retirou os óculos e pigarreou.

— Entendo, dona Celeste. Entendo... Bem, há um nódulo no ápice do pulmão esquerdo. Maior que 4 cm. Talvez um pouco de derrame pleural associado...

Celeste engoliu em seco, temerosa pelas palavras do doutor.

— O que seria esse derrame pleural, doutor?

— Como Se fosse água em torno do pulmão.

— Entendo. Mas é grave?

O médico suspirou.

— Não posso afirmar. O passo seguinte é biopsiarmos o nódulo e mandar a amostra para a histopatologia. Para termos uma ideia melhor sobre essa alteração. Além disso pretendemos retirar uma quantidade do líquido nos pulmões para também avaliarmos.

A tosse recorrente, os episódios de febre e as radiografias alteradas faziam Celeste pressentir que a situação não era boa. Mas não diria nada a Lorena para não preocupar a patroa. Celeste decidia que cuidaria daquela situação sozinha.

Um marido por contrato Onde as histórias ganham vida. Descobre agora