Capitulo 18

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Ela via o marido vestindo apenas uma samba canção caminhando até ela. Os músculos do peitoral eram firmes e do abdômen eram desenhados. O trapézio saliente descendo do pescoço até onde podia ser visto e terminava acompanhando o contorno do ombro, que se  insinuava para o bíceps definido dos braços.

Lorena odiava sentir-se atraída por seu marido.

— Eu não vou largar nada! E quer saber? Olho por olho dente por dente.

Lorena abriu o frasco e correu para jogar  o p*ó na cama de Bruno.  Porém , ao perceber o intuito de sua esposa, Bruno correu na direção dela mirando o frasco para tomá-lo de Lorena.

Entretanto, o impulso que Bruno dera fora tamanho, que seu encontro com o corpo de Lorena os fez cair no chão um sobre o outro.

Todo o peso dos músculos de Bruno estava sobre o corpo quente e fresco de Lorena, que se recusava a soltar o frasco e se debatia como podia para fugir da imobilização de seu marido, tal como uma presa abatida pelo caçador.

Diante da resistência de Lorena, Bruno forçou seu corpo contra de sua esposa ainda mais para tentar contê-la , e alcançar o frasco que Lorena mantinha preso a mão com o braço estendido acima de sua cabeça.

Com as pernas fortes, foi fácil Bruno se entrelaçar por entre as coxas de Lorena e imobilizar essa parte. Em seguida segurou fortemente os pulsos dela contra o chão, até que Lorena finalmente soltasse o frasco.

Entretanto, com tal luta corporal os rostos de ambos  estavam próximos o suficiente para que sentissem a respiração um do outro. Lorena quase que conseguia escutar o coração de Bruno bater. Bruno, por sua vez, reparava o rosto bonito daquela que legalmente era sua esposa. Ele inspirava o cheiro suave de shampoo que emanava do fios de cabelo dela, deixando-o visivelmente desconcertado.

Ficou um silêncio enquanto os dois se olhavam e tentavam recuperar o fôlego. Olho no olho, lábios próximos.

Bruno sentia as ondas de calor vindas do corpo de Lorena e pode, pela primeira vez, perceber a maciez da pele dela. Já Lorena lutava contra sua imaginação por ter aquele homem com o corpo tão rente ao seu e com as pernas presas por entre as suas.

~*~

Lúcio jamais poderia imaginar que Jundiaí teria um bar com aquela estrutura. Havia uma pequena fila na porta e, logo dali, o motorista pode reparar na quantidade de mulheres bonitas do local.

Giorgetti, amigo de Castor, aparentava conhecer a todos: Desde o segurança da porta até o promoter e organizador do evento.

Lúcio também notava a postura diferentes de Castor. Ele parecia mais leve e menos formal que no dia dia. Não era tão popular quanto Georgette, mas estava curtindo momento como qualquer pessoa naquele bar.

— Viu só? Olha a quantidade de mulheres bonitas, Lúcio — mencionava Castor sugando um pouco de seu drink com canudo.

— Pois é... Você estava certo — Lúcio olhava ao redor com as mãos no bolso e meio que dançando fora do compasso — Fiz bem em vir!

A roda em que Georgette, Castor e Lúcio se encontravam era imensa e logo o motorista reparou em uma moça de vestido vermelho, cabelos pretos e sorridente. Talvez ela fosse uma boa opção de investimento naquela noite, e quem sabe, o fizesse esquecer de sua noiva que ficará no Rio de Janeiro.

— E aí, bonitão. Está achando o que daqui? Gostou? — Georgette, aproximava-se sorridente.

— Bem melhor do que eu imaginava. Obrigado pelo convite. Está sendo tudo muito divertido.

— Puro luxo, isso aqui, não acha? Vá por mim, esse lugar é um arraso! E outra,  terminei aqui deve ser mil vezes melhor que  conviver com a Sorantula.

— Quem?? — Lúcio indagava confuso com a palavra dita por Georgette.

— Ele se refere a senhora Soraya, Lúcio. Georgette e suas manias! É como se fosse a mistura de Soraya com  tarântula. daí Sorantula.

— Ah, entendi! Criativo! — Ria motorista—. Mas eu não trabalho para ela, e sim para doutora Lorena. — Observou Lúcio.

Aos poucos do evento fora caminhando e Castor bebia um drink atrás do outro até o momento em que, no meio da roda, o mordomo chegou até a moça de vermelho e a puxou pela mão, levando-a em  direção a  Lúcio . Na verdade,  Castor havia notado a troca de olhares dos dois e quis acelerar o processo.

— Greta, esse é Lúcio, um amigo que veio do Rio de Janeiro para cá. Você vai amar o sotaque dele. Quer ver m?— Castoe virou para Lúcio — Lúcio fala de novo: esqueci o isqueiro na esquina da escola.

A garota sorria para o motorista, com entusiasmo contido, esperando o homem tomar alguma atitude. Todavia, diante da moça, Lúcio ficou corado de vergonha e simplesmente perdera toda a coragem, apesar de seu interesse pela amiga de Castor. Ele não conseguia falar absolutamente nada. Havia travado.

~*~

— Sai de cima de mim, seu idiot*a! — Lorena tentava empurrar o corpo pesado de Bruno para o lado.

Apesar dos xingamentos, a moça, na verdade, estava mais que desconcertada após a troca de calor e de olhares com seu marido. Era o mais íntimo que haviam estado até então. Bruno era cheiroso, de músculos firmes. Como Lorena iria esquecer as pernas de seu marido por entre suas coxas, a imobilizando? Como seria se...?

— Como quiser, sua otari*a!

Bruno finalmente havia conseguido pegar o frasco de pó de mico das mãos de Lorena e ao levantar-se de sobre o corpo dela, tratou de colocar-lo dentro de um pequeno baú com chave.

— não pense que vai ficar barato assim, queridinho!
Lorena ergueu-se ajeitando o pijama de seda já todo amarrotado. O cabelo completamente desgrenhado.

— Nossa, estou morrendo de medo das suas ameaças. Acho que nem vou dormir essa noite... — Ironizava Bruno com seu risinho sarcástico.

— Aff... Porque você não morre, Bruno?

Lorena saiu marchando e pisando duro do quarto, completamente irritada e se sentindo impotente.

— Não irei morrer tão cedo — Bruno correu até a porta seguindo Lorena e  estendeu a cabeça para fora do quarto para gritar — não vou te deixar viúva tão cedo, querida — debochava o advogado.

Com os dentes trincados, Lorena virou-se para o marido e tomada de ódio sua única reação fora de mostrar o dedo do meio a Bruno , num gesto tão obsceno quanto infantil.

Para irritá-la ainda mais, o advogado lançou um beijo fechando a porta.

Um marido por contrato Onde as histórias ganham vida. Descobre agora