CAPÍTULO 7

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Instalou-se naquele momento uma situação completamente embaraçosa para Bruno. Estava acompanhado de uma garota que havia conhecido em um bar e logo ao subir as escadas sua esposa acabara de ficar nua na frente de todos. 

A curiosidade de Bruno fora completamente sanada, ao ver que, nua, Lorena tinha um corpo completamente feminino, até mesmo sua genitália parecia perfeita. Ele sentiu um desconforto ao perceber que poderia existir um mínimo de atração que fosse pela lembrança de sua esposa nua. Porém, foi logo interrompido pela garota que o acompanhava.

- Bruno, quem é ela? Você disse que não era comprometido e tem a cara-de-pau de me trazer na mesma casa em que vive com sua mulher?

- Pera, benzinho, deixa eu te explicar... Não é bem isso! - Dizia Bruno desesperado.

O advogado não esperava ver Lorena acordada tão cedo.

- Pois sou a esposa dele, se quer saber! - Lorena já havia se enrolado na toalha outra vez.

- O que está dizendo? - Bruno cerrava os dentes, com tamanha raiva de Lorena.

- Ué, estou dizendo a essa pobre garota que você é uma furada. Se eu fosse você, querida, manteria distância. Não é a primeira que ele traz aqui. Já ocupei o seu lugar um dia - Mentia Lorena com a maior naturalidade - Até me casei e sabe o que Bruno fez? Cinco filhos, foi isso que ele e deu de presente. 

- E tem esse corpo? - Dizia a garota loira quase que para si mesma após a mentira de Lorena.

- Plásticas, querida.

Bruno não estava acreditando na mentirada toda que Lorena contava naquele momento com o completo intuito de prejudicá-lo diante de sua conquista. 

- É mentira, me docinho de coco. Vamos subir, vamos? Te faço uma massagem e  explico melhor no quarto. - Bruno tentava abraçar a menina, que se desvencilhava.

- Me solte! Eu vou para minha casa que ganho mais. Homens... - Arfava - Rum, são todos iguais mesmo! - Depois ela dirigiu-se a Lorena - Quanto a você? Por que não larga esse cara??? Você [é bonita demais para ele!

- Queria me divorciar! Mas Bruno me fez cinco filhos e banca tudo. Infelizmente estou presa a ele pelo resto dos meus dias. Não estudei e virei mãe... - Respondia Lorena prosseguindo com suas mentiras.

Ao terminar de escutar, a moça assustou-se ainda mais com receio de ter um futuro igual aquele que Lorena contava. Ela sentou-se num degrau da escada. Vestiu os saltos e foi caminhando para a porta.

- Benzinho, volta. Ela é louca, só conta mentiras. Vou me separar em breve!

Bruno faria qualquer coisa para levar a garota para a cama. E teria conseguido se não fosse Lorena.

- Eu não sou idiota. Eu não serei sua próxima vítima! - Gritava a loira abrindo a porta. - Até nunca mais! - Terminou dizendo ao bater a porta na cara de Bruno.

Bruno ficou parado com as mãos na cintura olhando para o nada. Seu sangue fervia de raiva. O coração disparava em uma velocidade que a ansiedade chegava a doer na garganta. Se Lorena estivesse mais perto certamente a esganaria. 

Ele olhou para o alto da escada e Lorena já não estava mais lá. Havia provavelmente fugido com medo das consequências. Mas Bruno não iria deixar barato a sabotagem que ela lhe fizera. 

Tomado de raiva, o advogado correu escada acima até a porta do quarto de sua, então, esposa.

~*~

Lorena precisava se apressar se quisesse chegar há tempo em seu destino. Não poderia perder tempo vendo o circo que seu marido havia armado. Pensava consigo que o que fizera há pouca fora o mínimo após Bruno trazer uma desconhecida para dentro de sua casa.

As roupas que vestiria já haviam sido separadas previamente por Celeste e estavam penduradas numa arara no canto do quarto. Lorena vestiu-se e ficou bonita com a calça flaire de jeans lavado e a blusa de manga longa preta. Após vestir os saltos vermelhos meia pata, rumou até a penteadeira, abriu o porta joias a procura de dois brincos de pérola que ficariam ótimos com o restante da roupa.

Enquanto vestia os brincos, ouvira dois murros na porta. O barulho a assustou e logo em seguida lembrou-se de que não trancara a porta e que quem batia provavelmente era seu marido em busca de vingança.

Lorena tentou caminhar o mais rápido que pode até a porta, mas não foi o suficiente e logo Bruno entrava feito um predador feroz com os dentes trincando e a respiração ruidosa. O olhar de seu marido destilava ódio e causava arrepios na medica. 

Bruno bateu a porta logo atrás de si e foi caminhando até aquela que o havia sabotado. Lorena ia se afastando a medida que ele chegava para mais perto até finalmente sentir a parede logo atrás de si. Estava encurralada e sozinha com Bruno. 

O hálito dele em seu rosto era gelado e ainda tinha um leve aroma de vodka. Bruno estava apenas a centímetros de Lorena, apenas respirando profundamente, como se fosse atacar a qualquer instante. 

A sua altura era intimidadora e nem mesmo os saltos meia pata de Lorena a faiam ficar alta o suficiente para quem sabe diminuir a desvantagem. O que ele iria fazer?

Um marido por contrato Onde as histórias ganham vida. Descobre agora