Capitulo 32

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~*~

— Bruno! Que prazer vê-lo aqui, rapaz!

Um homem de barba com alguns fios grisalhos se abria em um abraço amistoso para Bruno.

— Gutierre, como vai?

— Vou bem, Bruno. Só a clínica que tem me deixado louco — Gutierre ria da ironia pela última palavra, já que era psiquiatra.

— Não muda esse seu jeito, né? Fazendo piada com os próprios pacientes.!

Apensar do diálogo amigável, Bruno queria chegar até Lorena, que desviara o olhar assim que o psiquiatra o abordou. Porém , Bruno também não gostaria de ser deselegante com um amigo de sua família de tantos anos. Seria correto perder alguns minutos com Gutierre.

— E pelo visto você também não, meu jovem. Eu percebi seus olhares para aquela moça de vestido vermelho — Gutierre colocou uma mão no bolso e com a outra levou sua taça aos lábios — Espetacular, não acha? Eu precisaria de algumas horas com uma deusa dessas, certamente seria o homem mais sortudo!

Bruno olhou para as curvas provocantes de Lorena moldadas pelo tecido vermelho de seda e em seguida encarou o velho amigo, forçando um riso pelos lábios cerrados.

— Acho que vou descobrir se ela não é uma acompanhante de Luxo. Há muitas nesse nosso meio que fazem de tudo para ascender socialmente . — Gutierre ria e esperava que Bruno fizesse o mesmo — Que foi? Está quieto demais! Falei algo errado?

Desconfortável , Bruno coçou a sobrancelha.

— Não acho que aquela moça esteja nesse grupo que menciona, Gutierre. Até porque ela é médica igual a você!

O psiquiatra pareceu surpreso com a notícia.

— Oras, jura? E como sabe disso!?

Preparando-se para sair e encontrar Lorena, Bruno disse:

— Ela é minha esposa!— Agora sim o advogado pode sorrir — Até mais, Dr Gutierre. Boa festa.

As palavras ouvidas deixaram o psiquiatra desconcertado por tamanha gafe. O máximo que teve coragem de fazer foi se despedir do colega com um leve aceno.

~*~

No caminho pelo jardim da mansão dos Bittencourt,  até a varanda onde Lorena estava com outras mulheres, Bruno aproveitou para checar se estava apresentável. Pretendia parecer estar a altura de sua esposa, deslumbrante no vestido vermelho.

— Bruno, como cresceu! — Uma das mulheres que estava na mesma roda de conversa de Lorena puxou o assunto.

— Oi, senhorita Carmen. Olá a todos!— Bruno fez um aceno único ao grupo, até olhar sua esposa e sorrir.

— Estávamos aqui conversando com Lorena esperando que chegasse. Você teve muita sorte: ela é elegante, refinada e muito linda. Que sorte! — Carmen, a anfitriã do baile beneficente, rasgava elogios a Lorena.

Lorena corou devido aos comentários da mulher .

A médica não sabia que seu marido já concordava com as palavras ditas por Carmen, então ficava receosa de falar algo ou comentar alguma coisa.

— Pois tem plena razão. A senhora não sabe o quanto tive sorte! — Bruno aproximou-se de Lorena e passou a mão por sua cintura delgada, apertando de leve.

Lorena olhou para cima e encarou incrédula o marido, um tanto confusa. Ainda não tinha certeza se o tom de Bruno continha alguma ironia. Mas fato era que ele se dispunha ao lado dela, a puxando para perto de si.

Um marido por contrato Onde as histórias ganham vida. Descobre agora