CAPÍTULO 36

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Últimos capítulos da primeira parte

A agonia tomava conta de Bruno, que já não se aguentava em ansiedade para conseguir resolver as questões com Lorena. Era um misto de culpa com raiva, afinal, Serena estar nua em seu quarto não fora algo que planejou.  E claro, sua tia Soraya ter falado aquelas coisas na presença de sua esposa não ajudava muito.

Tomado por um surto de ansiedade, o advogado calçou seus chinelos e rumou ao quarto de Lorena, disposto a resolver a questão de uma vez.

— Não temos nada para falar! — Lorena abriu e rapidamente tentou fechar a porta ao perceber sobre quem se tratava.

— Não faça isso, Lorena! Não haja feito uma adolescente! — Bruno colocou o pé perto do batente impedindo que a porta fosse completamente fechada.

— Prefere perder o pé? — Lorena revirava os olhos.

— Não ligo. Eu sou advogado da área trabalhista. Talvez consiga ser afastado pelo estado e algum juíz te obrigue a me indenizar. E de quebra quem sabe não te condenem a empurrar minha cadeira de rodas pelo resto da vida!

Bruno aproveitou-se dos segundos de distração de Lorena, que ensaiava a réplica, para forçar a porta e abri-la até poder acessar o quarto.

— Saia já do meu quarto!

Seu marido a empurrou para a esquerda e trancou a porta girando a chave rapidamente.

— Não sem antes fazer isso!

Lorena fora pega desprevenida quando Bruno a puxou contra seu corpo quente, envolvendo-a pela cintura. De início a médica tentou resistir, esbofeteando o tórax do marido. Contudo, não havia como disputar força com os braços musculosos de Bruno. Seria ridículo.

E para além disso: o coração de Lorena saltava dentro do peito e sua pele se deliciava com o hálito quente de seu marido borrifando na epiderme do pescoço.

— Não resista. Nós dois sabemos o que há entre a gente.

O olhar de Lorena já se perdia e a voz sussurrada de Bruno em seu ouvido a fazia sentir cada fibra muscular de seu corpo ir lentamente relaxando, as pernas ficarem bambas. O desejo dos corpos apenas crescia, numa progressão geométrica.

~*~

Francisco prezava desde sempre pela
Imagem de um religioso honesto, pai de família e defensor da moral e dos bons costumes. A sua maneira articulada de falar — Que lembrava aos pastores de TV em suas pregações de madrugada — E o fato de falar com
Muita clareza sobre seus ideias e a resposta
De como interpretava a Bíblia, o fazia conseguir admiradores na igreja.

Mas o que nem todos sabiam era a sobre a vida dupla E repleta de hipocrisia que o padrasto de Lorena vivia. Vício em álcool, adultério e cúmplice em um homicídio, com direito a ocultação de cadáver.

A morte de Pastora Joana vinha a calhar naquele momento, afinal de contas, há meses que o diácono percebia as arrecadações do templo aumentarem e passou a vislumbrar a posição de líder máximo da igreja local, até então ocupado pela pastora desaparecida.

Sendo ele o chefe máximo, teria como desfrutar de tudo o que o dinheiro dos fiéis pudesse proporcionar. Mas isso somente quando pastora Joana renunciasse, o que parecia ser algo muito pouco provável.

Todos na comunidade a tinham como referência e Joana parecia nunca cometer um delsize que pudesse comprometê-la ou ser denunciada a instâncias maiores dentro do ministério. A única saída seria se a sacerdotisa sumisse feito poeira.

Um marido por contrato Onde as histórias ganham vida. Descobre agora