Meu Coração quer Amar e ser Amado

Intenções

"Não são as ervas más que afogam a boa semente, e sim a negligência do lavrador."

Confúcio

Mesmo após o sinal ter tocado liberando a todos, algumas pessoas ficaram aguardando preocupados Sophia chegar, assim como ela previra. Entre essas pessoas estava André que, para raiva de Miguel, abraçou Sophia. Ficou surpreso por ela não ter paralisado ou desmaiado, ao contrário, ela ria divertida com a demonstração de alegria do loiro. Não sabia dizer se isso era ou não um bom sinal.

— O Miguel não me parece muito bem — comunicou Mauro apontando para o colega carrancudo. — Deveria solta-la, André.

Abraçada a André, Sophia percebeu que Mauro tinha razão, o Rodrigues parecia sentir alguma dor bem forte, se libertou dos braços de André e foi em direção ao namorado.

— Está bem? — quis saber tocando o rosto dele.

"Agora tô", Miguel pensou enquanto balançava a cabeça em sinal de sim. Jamais diria em voz alta que vê-la abraçando André era o mesmo que levar uma facada no peito. Bastava ele saber disso.

Observando tudo com atenção, ao lado de Davi, Leonardo e Yasmin, Marina tentava conter a raiva que sentira ao ver André abraçado a Almeida.

— Venha Soph. — Puxou a colega pelo braço. — Você tem que se trocar para ir embora.

— Tudo bem — concordou sendo arrastada.

Seguindo as jovens com o olhar, Miguel ainda achava muito esquisita a amizade entre Marina e Sophia. Não fazia sentido...

— TÁ APEIXONADO, HEIN! — André bateu com toda força nas costas do amigo, o que quase o fez cair.

Endireitou-se com a expressão furiosa e uma vontade enorme de partir o amigo em dois, quando percebeu que uma das camisinhas que ganhara de Suzana saiu de seu bolso.

— O que é isso? — perguntou Yasmin pegando o pacote.

Os colegas fitaram surpresos o pacote de camisinha na mão de Yasmin e depois Miguel.

— Creio que seja camisinha — informou Mauro sem ligar muito. A vida sexual dos colegas não lhe interessava em nada.

— Sabor morango... — André riu cutucando o colega no ombro. — Malandrinho...

— Isso não pode ser verdade... VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO!

Ver Davi com cara de bocó incrédulo não tinha preço, só por isso não desfez a ideia que se formara na mente dos colegas. Até porque não adiantaria explicar, talvez até piorasse.

— Faço o que quiser com a minha namorada.

— ORAS, SEU...

Davi novamente teve de ser segurado, agora por André e Leonardo, para não bater em Miguel, que por sua vez queria ter a chance de socar o colega, talvez assim ele desistisse de correr atrás de quem não devia, mas só o faria se fosse atacado primeiro. A oportunidade apareceria a qualquer hora.

— Agora entendo o que você procurou na Almeida. — Yasmin lhe chamou a atenção com um sorriso maldoso. — O pai dela sabe o que andam fazendo?

— Cuida da sua vida, Yasmin.

— Claro que cuido — retrucou ao colocar o pacote no bolso e caminhar faceira em direção ao vestiário feminino.

O que ficou bem claro aos olhos do perspicaz Mauro Ruiz era que Yasmin iria ao vestiário cuidar da "sua vida" da maneira mais problemática possível.

~*S2*~

Quando entrou no vestiário Yasmin encontrou Marina ao lado da mochila da Almeida. Ela olhava distraída para os pés esticados à frente do corpo, enquanto a outra colega tomava banho, pelo que podia perceber, com água quente. Começou a andar até os registros de regulagem de temperatura da água, mas parou ao ouvir Marina avisar em voz baixa, porém firme: