Amo

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 "Deusa Menina: Tens o doce da ternura, o aroma da paixão, o toque de beleza e o poder de sedução!"

Verediane Szaida

Aguardando que André e Marina aparecessem para ajuda-los a fazer o trabalho, Miguel e Sophia começaram a pesquisar o assunto do trabalho. Sentados no sofá, Sophia lia uma enciclopédia que pegou na biblioteca do colégio, enquanto Miguel, com seu netbook no colo, procurava na internet.

Os quatro haviam decidido que fariam o trabalho na casa do Rodrigues, que era próxima ao colégio e perto da residência de Marina e André, por isso Sophia avisou aos empregados da casa Almeida que chegaria mais tarde.

Marina pedira para conversar a sós com André e prometera que voltaria em poucos minutos. Imaginando qual seria o assunto da conversa, pois André ficara lamentando ter proposto que Marina decidisse se realmente queria continuar com ele, Miguel não se importou em começar o trabalho sem os colegas. Achava bom ficar sozinho com Sophia. Sophia imaginou que Marina pretendia explicar o que acontecera no banheiro feminino, e torcia para André ser compreensivo com a jovem.

Na primeira meia hora foi de pesquisa e anotações sobre o tema que André pegara. Depois pararam para fazer um lanche e voltaram a sentar no sofá, dessa vez sem nada entre eles, e se abraçaram. Miguel com um braço envolvendo a cintura de Sophia, mantendo seus corpos juntos, um aquecendo o outro. Sophia com as pernas dobradas sobre o sofá, também abraçava o namorado com um braço. A mão livre de ambos acariciava uma a outra, obrigando os dois a olha-las com uma sensação boa a domina-los.

Ficaram conversando enquanto o casal de amigos não chegava, Miguel contou o que André decidira fazer no dia anterior e Sophia narrou o que acontecera no banheiro feminino.

– Você acha que já fizeram as pazes? – Sophia perguntou se aninhando um pouco mais contra o corpo de Miguel.

– Conhecendo a paixão do André pela Marina, com certeza fizeram. – Miguel observou Sophia com atenção. – O que você faria se terminassem?

– Como assim? – Sophia perguntou se afastando um pouco para fitar Miguel de frente.

– O André ficaria livre pra arranjar uma nova namorada. Se ainda o ama...

Miguel deixou a frase incompleta no ar, uma mistura de insegurança, ciúmes e esperança rodando em seu coração.

– E-eu não... – Sophia, nervosa e corada, começou a bater os dedos um contra o outro e desviou o olhar. – E-eu não gosto mais do André, por isso torço pra que se entenda com a Marina.

Miguel se inclinou e segurou a face quente da Almeida para que pudesse olha-la nos olhos.

– Devo supor que deixou de ama-lo por minha culpa.

– Você é muito convencido – queixou-se a Almeida beijando de leve a boca do namorado antes de completar com um sussurro. – Mas está certo.

Miguel sorriu e a apertou entre seus braços.

– Isso quer dizer que me ama?

– Sim – Sophia murmurou um pouco envergonhada. – Mesmo que não me ame, eu te amo.

– Só sendo louco pra não te amar. – Miguel a beijou a face ruborizada. – Também te amo, muito... – Desceu os lábios pelo pescoço alvo. —... Por isso morria de raiva daqueles abutres te cercando. – Retornou os beijos a face de Sophia. — Você é minha, só minha. – Escorregou os lábios para uni-los aos da Almeida em um beijo carregado de amor.

Sophia o enlaçou pelo pescoço, os dedos se embrenhando nos fios negros do cabelo do Rodrigues, acariciando-o suavemente. Sem perceber, aos poucos se deitou no sofá com Miguel sobre ela. Os beijos de Miguel eram incendiários, as mãos que acariciavam seu corpo eram possessivas. Todas as sensações que Miguel lhe despertava eram intensas e estava vagamente ciente de que ele desabotoava sua camisa, mas não se importava. Aquele momento era somente deles...

De repente sentiu que algo pesado caiu sobre o sofá empurrando Miguel para o chão e ficando sobre seu corpo. Seus olhos fitaram surpresos dois orbes negros idênticos ao de Miguel.

– Lucas! — murmurou assustada.

Seus olhos ficaram ainda mais arregalados quando viram a mão de Lucas sobre um de seus seios. Sophia sentiu a face esquentar, esquentar e esquentar. Sua mente girou e tudo ficou no mais completo breu.

Caído no chão com uma morena de longos cabelos castanhos sobre si, Miguel olhou para o sofá e viu descrente e irado seu irmão em cima Sophia e, para piorar o quadro, com uma mão sobre um dos seios cobertos apenas pelo sutiã de algodão branco.

– Filho da...! Tire as mãos da minha namorada! – Dominado pela raiva emburrou a mulher para o lado, se levantou e puxou o irmão pela camisa. – Eu vou te matar desgraçado.

– Calma! – Lucas pediu segurando com força as mãos do irmão, que o chutava. — Como iria saber que você tava de amasso no sofá?

– Seu abusado, tarado, pervertido...

– Um de vocês pode parar de brigar, feito crianças, e me ajudar a acordar a Sophia?

Os dois olharam para o sofá onde Sophia permanecia deitada, os olhos fechados como se dormisse.

– Droga, por culpa sua a Soph desmaiou – Miguel acusou indo até a namorada.

– Foi um acidente — disse a garota que só naquele momento Miguel olhou com atenção.

Ela vestia camisa, calça e sapatos brancos, o cabelo castanho, liso e solto emoldurava seu rosto fino e os olhos eram escuros. Ele conhecia aquela mulher, assim como conhecia o irmão pulguento dela.

– Daniela...! O que faz aqui?

A voz da Almeida fez todos prestarem atenção na jovem que despertara.

– Olá Sophia! – Daniela Guerra cumprimentou sorrindo. – Há algum tempo estou saindo com o Lucas.

Sophia olhou para Lucas que permanecia em pé e sorria sem graça.

– Perdão por ter estragado o clima e... – Lucas mexeu com as mãos de uma forma que fez Sophia corar intensamente.

– Quer que ela desmaie de novo, imbecil? – Miguel esbravejou enquanto ajudava Sophia a fechar a blusa.

– Não, por isso vou deixa-los a sós para que recomecem de onde pararam. – Ignorou o ranger de dentes de Miguel e puxou Daniela para o seu lado. – Vamos colocar os estudos em dia. Não façam nada que eu não faria – Lucas recomendou enquanto subia as escadas com Daniela.

– Estranho... – Sophia murmurou após perder os dois de vista. — O Lucas não cursa administração?

– Sim.

– Então como podem estudar juntos se a Dani estuda veterinária?

Miguel sabia que estudar era a última coisa que passava pela cabeça do irmão, mas decidiu não dizer isso. Pior que começava a suspeitar que Daniela fosse à mulher com quem seu irmão vinha saindo nos últimos meses, o que significava que logo gritos altos ecoariam pela casa.

– Que tal passearmos? – propôs segurando as mãos de Sophia e levantando, o que a obrigou a levantar também.

– Mas a Marina e o André irão chegar a qualquer momento.

– Ligo pra avisar que saímos.

Sophia beijou Miguel no rosto e aceitou.

Saíram abraçados para curtir o final da tarde da forma que mais gostavam, entre beijos e abraços apaixonados.

Meu Coração quer Amar e ser AmadoWhere stories live. Discover now