"Passado e presente andam lado a lado, e uma hora, eles vão colidir e te levar a um único momento, onde decidirá toda a sua vida"
Um dos mafiosos mais temidos da Itália, guarda consigo uma dor enorme, não de culpa, mas sim, uma dor muito maior do qu...
Eu espero que um dia, eu consiga sair quero me sentir vivo, lá fora, não posso lutar contra o meu medo.
Lovely- Billie Eilish feat...khalid
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Assim que saí da empresa, ou melhor do elevador com a Bárbara, mais uma vez tentando me seduzir, isso já está se tornando demasiadamente cansativo.
O Lucca vive ocupado brigando com a Maya que esqueceu da maluca da irmã dele.
Ouvi meu celular tocar, e é a Malina, e imediatamente eu o atendo.
__alô?__ falo em tom baixo e espero ela falar.
__ olá toy store, você não vai demorar muito né?__ questiona e suspiro.
__ não bebelôzinha...eu já estou indo!
__ ótimo, pode trazer vinho?
__ e você pode tomar vinho criatura?__ pergunto e ela sorri, percebi pela gargalhada que ela deu, do outro lado da linha.
__ uma taça, mas, não é para mim, e sim para minha visita, não demore por favor.__ diz e eu escuto a risada do Ethan, e novamente solto um longo suspiro.
__ tudo bem.
Desligo o celular e entro no meu carro, e sigo para algum local onde venda vinho, em plena dez da noite. Por sorte encontrei um supermercado vinte e quatro horas aberto, e comprei o vinho.
Segui para o meu apartamento, e quando as portas do elevador se abriram, eu pude ouvir um barulho, seja lá quem for que está fazendo esse barulho, a festa deve estar muito boa.
Fui me aproximando do meu apê, e me dei conta que a música estava vindo de lá.
Rapidamente abri as portas, Mali estava sentada no colo do Ethan, Aurora e Sara rebolando no colo de Pietro e Miguel.
E a estressadinha aos beijos com o namorado dela, isso, uma estranha e um estranho e o pior os meus amigos fazendo da minha casa um puteiro.
Pronto, só o que me faltava, eu de vela na minha casa.
Desliguei o som e todos me olharam surpresos.
Minha casa estava igual a boate que eu gerenciava com Pietro.
__ o que, caralhos! Está acontecendo aqui?__ questiono irritado e acho que eles se deram conta do que estavam fazendo.
__ uma festinha?__ Sara diz passando a mão no cabelo que estava bem desarrumado.
__ estava mais para um surubão...Então não querendo ser chato, mas já sendo, acho isso uma tremenda falta de respeito com a minha pessoa, eu nunca fiz isso com nenhum de vocês, sempre respeitei a privacidade de cada um, e vocês estavam fazendo da minha casa um cabaré, não me comunicaram nada, trouxeram dois estranhos para cá, e eu espero sinceramente que isso não se repita, mas eu vou sair e deixa-los a vontade para concluir a "festinha " de vocês.__ falei e deixei as garrafas de vinho sobre o meu sofá, só escutei eles me chamando, mas eu não quero saber de nada, foda-se se isso for drama eu estou extremamente chateado.
Eu vi esses três saindo do zero para um casamento digno, mas sempre respeitei a privacidade deles, eu só não queria que ninguém ficasse trepando na minha frente.
Eu fiquei feliz ao vê-los, mas, não desse jeito.
Peguei estrada para espairecer, até achar um parque arborizado, mas não tinha ninguém, desci do carro, e me sentei no balanço, olhando para o horizonte eu fiquei lembrando de como me excluíam das coisas quando aquilo tudo aconteceu, e indiretamente, os meus amigos fizeram isso comigo.
Flash back on
Eu sempre vinha com Marcel para escola, mas antes que papai me mandasse para a máfia mamãe quiz que eu continuasse lá, o que não foi bom para mim, porém eu não quero decepciona-la.
Marcel nunca mais falou comigo, arrumou outras companhias, ninguém falava comigo a não ser os professores.
__ dizem que ele estava tendo um caso com o professor. __ ouvi Eliot, um menino da sexta série sussurrar para Marcel e ele sorriu de mim, e doeu de uma forma que não sei expressar.
Eu sempre me sentava sozinho para o lanche, sempre estou sujeito a ouvir isso.
__ eu soube que o pai dele sumiu, com o professor, sendo que o culpado de tudo isso é ele.__ ouvi Marcel, que me conhece a tanto tempo, proferi tamanha ofensa em relação a minha pessoa, me fez sentir um bolo, em minha garganta, não aguentei, e gritei com todas as minhas forças, e saí correndo para o banheiro.
Me tranquei na cabine e chorei, até que as lágrimas cessassem, e restarem apenas o som alto do meu soluço.
Respirei fundo, e saí de lá, mas eu sempre escutava.
__ viadinho...oh tadinho da bichinha, foge seu marica.
Eu abria meu armário e tinha vários bilhetes dizendo tudo isso, e questionando o meu caráter, eu quis eu juro, que quis, fazer com eles a mesma coisa que fiz com o professor.
Mas, não sou assim, eu cheguei ao meu limite.
Era uma manhã muito bonita para deixar de sofrer eu pensei, assim que cheguei em casa, e caminhei para dentro do escritório do meu pai.
Peguei um bisturi nas coisas do papai, e em meio aos meu choro, deslizei a lâmina sobre os meus pulsos, e enquanto sangrava eu encarava a luz do sol, que iluminava a pequena janela do escritório dele, e imaginei para onde vão as pessoas que morrem, talvez para um lugar bom, e quem sabe lá eu serja feliz.
Lembrei do inverno que eu e Marcel fizemos um boneco de neve, perto da árvore que temos em frente à nossa casa, e antes que o inverno acabasse um galho caiu e estragou o boneco, eu e ele, sorrimos e montamos de novo.
Eu olhei mais uma vez para a árvore, antes que eu sentisse minha visão pesar, mas não adormeci antes de escutar o grito da minha mãe ressoar no fundo.
__ Matteo nãoooooooooo!__ disse encarando seus pulsos, eu olhei para ela, e suspirei, cansado demais para lutar por mim, já não via mais sentido.
__ desculpe mamma.__ falo e fecho os olhos.
Flashback off
Bom parece que eu falhei naquilo, e não sei se valeu a pena ter sobrevivido aos cortes, mas como? Como olhar para as minhas cicatrizes e não sentir mais a dor?