Always Somewhere (Aonung x Neteyam)

13. As ruínas daquilo que construímos

Notas Iniciais

Esse é o menor capítulo dessa história, porém o que mais demorou para ser escrito.

Eu tenho muita dificuldade de escrever momentos difíceis. Sei lá, fico afetada real. Chorei horrores com isso aqui.

Eu até diria para escutarem a música citada, mas ela é muito triste.

***

I've must to been a fool to the bitter end (Devo ter sido um tolo até o amargo fim)

Now I hold on to hope to have you back again (Agora eu vou me agarrar a esperança de ter você de volta)

I'd bargain and I'd fight (Eu negociaria e eu lutaria)

But there's another world we're living in Tonight (Mas há um outro mundo em que estamos vivendo esta noite)

Here With Me - The Killers

Tai'Ren estava deitado na grama macia e oscilante da região do penhasco fitando o céu quando avistou um ikran se aproximando. Inocente, não percebeu que o correto seria ter dois. Imediatamente, um sorriso largo se abriu em seu rosto e ele deu pulinhos empolgados para ver Ao'nung.

Contudo, seu rosto se franziu ao ver o ikran passar direto do penhasco e ir floresta adentro.

- Ei! - Gritou, correndo em direção à floresta. - Espera, Ao'nung!

As perninhas se moveram freneticamente, descendo pelo terreno íngreme e pulando por cima das raízes expostas das árvores. Escorregando algumas vezes, ele parou para ver se tinha machucado os joelhos, engolindo um choro manhoso e continuou correndo pela floresta densa até ouvir o som dos rosnados do ikran.

Sabendo que ele provavelmente havia pousado direto na clareira, Tai'Ren continuou seu caminho rapidamente, mas quando deu um pulo empolgado para dentro do acampamento, seu coração acelerou ao ver Ao'nung no chão, ofegante e gemendo de dor, enquanto Neteyam soluçava desesperado, repetindo a mesmo coisa:

- Eu vou cuidar de você, vou cuidar Ao'nung...aguenta firme!

Se recuperando do choque diante da quantidade de sangue no corpo azul turquesa, Tai'Ren se aproximou, de olhos arregalados.

- Nung...? - Sua voz saiu falha. Mas quando os olhos encheram d'água, ele deixou o desespero ficar evidente. - Nung!!!

O grito infantil pareceu ter trazido Ao'nung um pouco mais para realidade, pois seus olhos se abriram, sôfregos. Neteyam começou a revirar as bolsas urgentemente, enquanto Tai'Ren se sentava ao lado do herdeiro, chorando copiosamente.

- Ao'nung... - Soluçou. - Não morre, por favor, não quero ficar sozinho de novo!

- Você não vai...- Sussurrou o herdeiro, lutando para recuperar o ritmo da sua respiração. - Neteyam vai levá-lo pra... minha casa. Você vai comer muitos peixes... pequeno pescador.

Com o coração muito atordoado, Ao'nung sentiu uma onda de tristeza ao notar Tai'Ren colocar o rosto na curvatura de seu pescoço, choramingando o quanto ele estava com medo e que não queria ficar sem ele. Os olhos azuis se encheram de lágrimas, levando as mãos da maneira como podia até às tranças do pequeno, tentando de qualquer forma o acalmar.

Mas Tai'Ren parecia muito assustado e continuava chorando alto, entrelaçado ao Metkayina.

- Não quero ir sem você! Quero que você me mostre os peixes que tem lá, Nung!