4. Colisão

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Notas Iniciais

Demorei, mas cá estou com um novo capítulo (enorme por sinal)!

Agora nossa jornada realmente vai começar.

Tem surpresinha nas notas finais!!! 💕

Boa leitura!

***

Dust in the wind  (Poeira ao vento)

All we are is dust in the wind (Tudo o que somos é poeira ao vento)

Dust in the wind - Kansas


Aneya grunhiu baixinho quando, outra vez, não controlou bem a força e danificou mais uma flor que tentava esculpir. Olhou de canto para checar Tai'Ren em um dos galhos ao lado e constatou que ele seguia em sono profundo. Até se sentia um pouco cansado também, apesar de ter dormido na noite anterior, mas procurava se manter sempre ocupado e bem acordado para vigiar.

Na verdade, mesmo que se esforçasse bastante, dormir estava bem complicado desde os eventos na lagoa. Foi inevitável não deixar os olhos gravitarem até o rapaz dormindo novamente. Ele realmente o beijaria se não tivesse sido distraído pelo comunicador?

Só o pensamento o deixava com as bochechas quentes. Não queria nutrir falsas esperanças, mas era impossível. Talvez devesse ter pedido para conversarem naquela noite, mas estava tão chocado que aceitou tranquilamente só escutar Tai'Ren cantar até que pegassem no sono. Desde então, tentavam se manter focados no objetivo e nenhum dos dois tocou no assunto.

Conforme avançavam na floresta, que ficava cada vez menos densa, a temperatura aos poucos caía, o que os fez estar sempre em movimento, para não sentirem frio. Felizmente, não tiveram sustos desde então.

Os olhos azuis analisaram com cuidado a pequena flor de madeira. Não era a pior coisa que tinha feito, mas estava longe de ser a melhor. Mesmo se esforçando para tirar os danificados pelo excesso de força, não era difícil notar que estava assimétrica e arranhada.

Com um suspiro frustrado, Aneya guardou o objeto em sua bolsa e o punhal na cinta. Puxou a blusa que tinha trazido e a vestiu para se proteger dos ventos gelados que começavam a surgir à medida que a noite dava lugar ao dia.

Tai'Ren não demorou a acordar e piscou os olhos, sonolento, acordando de frente para o galho onde Aneya estava sentado, olhando para baixo.

— Parece que alguém perdeu o medo... – Comentou, preguiçoso.

— Ah, você acordou. – Aneya sorriu, tentando não mostrar nervosismo depois de passar mais uma noite pensando no quase beijo. – Eu estou tentando me preparar para as nossas aulas de voo.

O mais novo se levantou, arrumando o cabelo e tremeu um pouco com o frio.

— Então, não vamos perder tempo. – Concluiu, com um sorriso nos lábios.

— Vamos agora? – Aneya pareceu hesitante.

— Mas é claro. – Tai'Ren se divertiu com a expressão medrosa. – Não se preocupe, você está evoluindo muito. Pra quem não aceitava voar, já parou pra pensar que voou por dias?

— De olho fechado... – Resmungou o Metkayina, sem muito ânimo.

— Você sabia que estava voando. Mesmo de olhos fechados, você estava lá. Muito firme. Isso sem contar as coisas que já fez na viagem.

Ele não sabia reagir muito bem aos elogios de Tai'Ren, mesmo que durante todos os anos de amizade, eles tivessem o hábito de sempre se apoiarem. Por isso, foi impossível não desviar o olhar, com as bochechas quentes outra vez.

Always Somewhere (Aonung x Neteyam)Onde histórias criam vida. Descubra agora