16. O elo

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Notas Iniciais

Eu fui entrar no wattpad para resolver umas coisas desse cap e quase caí pra trás quando vi a quantidade de comentários no último capítulo! Não imaginava que fossem gostar tanto, foi de longe o mais comentado da fic! Fiquei bobona <3 obrigada!

Assim como no capítulo anterior, este também tem trechos em na'vi e se trata da mesma música :)

Pra compensar a demora, fiz um MEGA capítulo! Aproveitem!

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I know the rain like the clouds know the sky (Eu conheço a chuva como as nuvens conhecem o céu)

I speak to birds and tell them where to fly (Eu falo com os pássaros e digo-lhes para onde voar)

I sing the songs that you hear on the breeze (Eu canto as canções que você ouve na brisa)

I write the names of the rocks and the trees (Eu escrevo os nomes das rochas e das árvores)

The Yawning Grave - Lord Huron


Neteyam sabia que não dava para esperar mais.

Pegando as últimas pétalas cheirosas da tigela ao lado do corpo de Ao'nung, ele terminou de limpar as feridas, tirando as flores já apagadas e colocando as novas. Apesar da aparência da ferida estar muito melhor, quase se fechando, Ao'nung não mostrava sinal algum de consciência. Nem um movimento, expressão ou espasmo involuntário. A respiração lenta era a única coisa que mostrava a vida que ainda residia nele.

Pegando uma das mãos de seu amado, Neteyam roçou os lábios nos dedos inertes, em um carinho doce.

- Vou precisar deixar você aqui por um tempo, meu Ao'nung. Mas prometo que volto logo.

Encostando um pouco mais o rosto na mão do herdeiro, Neteyam fechou os olhos, aproveitando aquele toque suave, porém frio. Dois dias depois de ter chorado e se culpado até perder as forças, ainda se sentia em uma tortura constante. Isso porque chorar até esgotar suas energias não tinha trazido Ao'nung de volta. A saudade continuava tão dolorosa quanto antes.

Afastando-se da mão do Metkayina, Neteyam se levantou, puxando uma bolsa e preenchendo-a com itens que poderia precisar para sua tarefa. A tigela vazia de ervas, cordas e as horríveis frutas vermelhas que Tai'Ren insistia em trazer sempre que encontrava em seus passeios pela floresta, criando um pequeno monte delas.

Não conseguia entender como ele gostava daquelas coisas, mas sabia que, na ausência de animais terrestres para caçar e correndo o risco de não encontrarem peixes, o garoto precisava ter algo para comer caso demorassem, por isso, colocou todo o pequeno monte de frutas na bolsa. Pegou o arco e as flechas, caminhando em direção à floresta, mas não sem antes olhar para Ao'nung uma última vez.

Afastou os pensamentos autodepreciativos que surgiam para focar no que precisava e se esgueirou pela floresta em busca de Tai'Ren.

Depois do ocorrido na fogueira, o menino parecia um tanto estranho.

Comia e sempre repetia, elogiando a refeição. Ficava espiando Neteyam da rede até ver o Omatikaya dormir. E, principalmente, começou a trazer muitas das frutas vermelhas e algumas flores esquisitas, colocando-as perto de onde guardava seu arco. Geralmente, ele fazia isso durante os cochilos de Neteyam, mas certo dia o Sully percebeu a movimentação do garoto enquanto ele colocava flores dentro da sua bolsa de flechas.

Always Somewhere (Aonung x Neteyam)Where stories live. Discover now