26. Tudo no seu tempo - pt. II

1.4K 171 468
                                    

Notas Iniciais

Esse capítulo ficou enorme, mas é uma coisa preciosa 🥺🤏❤ apreciem essa reta final

***

O jeito que eu te quero é sincero

E sempre foi assim

Desde que te vi de longe

O teu nome era paz enfim

Rosa e Laranja - Mariana Fróes


- Pai! - Tai'Ren chacoalhava o corpo de Neteyam, com muita insistência. - Papai!!!

Contudo, apesar da sua dedicação, a missão de despertar o maior parecia um desastre completo. Ainda assim, ele não desistiu:

- Papai!!! - Chamou mais alto. Neteyam resmungou, virando para o outro lado. - Para de ser dorminhoco! Eu quero ir logo na casa do tio!

- Eu tô cansado, bebê. - Balbuciou, sem força para abrir os olhos. - Podemos ir depois.

- Mas você tá dormindo há um tempão! Já era pra gente ter ido! - Tai'Ren começou a choramingar.

- Ei, pescador, o que foi? - Ao'nung entrou no marui depois de levar as bagagens para a praia.

- O pai não quer levantar! - Respondia com a voz embargada. As lágrimas banhavam as bochechas. - Ele só fala que quer ir depois!

- Calma. - O herdeiro respondeu, tentando tranquilizá-lo. - Quer ficar na praia enquanto eu acordo ele? O Aneya está lá brincando.

- Quero...- Tai'Ren coçou os olhos.

- Vem cá. - Chamou, pegando a criança manhosa nos braços. Puxou as muletas e saiu do marui. - Já sabe né? Nada de ir pra água sozinho.

- Eu sei...- Resmungou o menino, cruzando os braços. - Não posso fazer nada sozinho!

- Não diga isso. Você está melhorando.

- Eu não queria usar isso, papai. - Ele apontou para as muletas. - Eu queria brincar de verdade e pular na água!

- Precisa ser paciente, Tai'Ren. - Respondeu, gentil. - Se continuar se cuidando, logo logo não vai precisar delas.

Tai'Ren até pensou em responder, mas ficou empolgado demais vendo seu amigo jogar pedrinhas no mar.

Ao'nung o colocou sentado na areia, ao lado de uma pequena pilha de pedrinhas e voltou para o marui, sorrindo ao ver Neteyam encolhido. Se abaixou para engatinhar até ele devagar, espalhando uma trilha de beijos suaves na pele escura.

- Meu Neteyam. - Sussurrou, também afagando as tranças soltas. - Precisamos ir.

A sequência de carinhos gentis fez Neteyam franzir o rosto, incomodado pelos chamados insistentes.

- Por que vocês não me deixam dormir? - Resmungou, com a voz sonolenta.

- Porque a viagem foi ideia sua, lembra?

Neteyam coçou os olhos, se sentando enquanto tentava se firmar na realidade. Não sabia se ficava irritado por ter sido acordado, ou se puxava Ao'nung para um beijo.

No final, ele optou pelo último e puxou o rosto de seu parceiro contra o seu, selando os lábios em um beijo lento, ainda com resquícios de sono. O Metkayina retribuiu o carinho, mas quando sentiu as mãos de Neteyam descendo perigosamente pelo seu abdômen se afastou, sem conter o riso:

Always Somewhere (Aonung x Neteyam)Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon