19. Um motivo pelo qual vale a pena lutar

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Notas Iniciais

Era pra mim estar fazendo um trabalho da faculdade hoje, mas não consegui descansar até terminar de escrever esse cap. Agora sou puro suco de desespero kkkk

Não gosto de prometer nada que crie tanta expectativa, mas esse capítulo vai ser literalmente uma montanha russa de emoções. Bom, eu espero kkk

Aproveitem, anjos.

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Candle ga kieru made namida ga kareru made (Até que as velas apaguem, até nossas lágrimas secarem)

itsudemo soba ni ite mitsumete hoshii (Eu quero que me veja e esteja sempre comigo)

Kiss me, goodbye – BUCK-TICK


— Não! – Tai'Ren se encolheu, puxando o totem de volta, aninhando-o com as duas mãozinhas. – Eu quero dormir com ele. No meu sonho, minha mãe disse que é importante.

Neteyam ainda estava com o rosto franzido, tentando entender exatamente o que significava tudo aquilo. Olhou para Tai'Ren, que agora estava bem enrolado no pano para se proteger da noite fria.

Ele é um na'vi das Cinzas, pensou. Não havia dúvida quanto a isso. Tudo nele era como aqueles com quem tinha lutado. Sua pele pálida e opaca, olhos estreitos e cinzentos, que se camuflavam facilmente em meio as cinzas e o fogo. Era um deles. Então, de onde teria vindo um totem de outro clã?

Notando que o garoto tinha virado de costas, constatou que não era bom pressioná-lo.

— Tudo bem, me desculpe. – Respondeu, dando um leve impulso na rede para que balançasse, como um ninar suave.

Tai'Ren deu um sorrisinho de aprovação, mas manteve os olhos fechados, esquecendo totalmente da birra que tinha feito antes de dormir.

Também se sentindo cansado, Neteyam caminhou até se deitar ao lado de Ao'nung. Encostou a testa no ombro alheio e uniu as mãos na dele. Será que ele já sabia de algo assim? O quanto ele sabia sobre Tai'Ren?

Sabendo que não chegaria a lugar algum nos devaneios, deu um beijo suave na bochecha e na tatuagem perto do pescoço de seu amado, antes de se virar para ver o céu. A imagem do símbolo estranho martelando em sua mente se mesclava com o céu noturno de Pandora.

Neteyam tentou não se antecipar pensando nos pesadelos que teria, mas uma parte de si sempre temia esse momento de descanso, então decidiu ficar acordado, ao menos, por enquanto. Talvez compensasse com um cochilo diurno se Tai'Ren não estivesse muito manhoso e querendo atenção.

***

Nos dias seguintes, enquanto seguiam outra vez para a cachoeira conforme a rotina que haviam criado, Neteyam concluiu que provavelmente o totem que estava tirando seu sono era roubado.

Conhecendo o Povo das Cinzas e a forma como destruíam clãs para conseguir recursos, já que moravam em uma terra estéril e sem luz, não era de se surpreender que pudessem roubar artefatos dos outros.

Embora essas reflexões abrissem espaço para outras perguntas - "Quem havia deixado um item roubado para Tai'Ren? Seus pais? Onde estariam, afinal? Mas principalmente, como o Povo das Cinzas conseguiu chegar tão longe no oceano se não costumavam ter elos com os animais?" -, considerou a conclusão o suficiente a princípio e nos últimos dias se focou totalmente em ensinar Tai'Ren a pescar e a acender uma fogueira.

No fundo, estava inseguro e preocupado com a ideia de o garoto ficar sozinho e acabar se machucando, mas não tinha escolha, então ensinava quantas vezes fosse preciso até ver que de fato ele estava aprendendo aos poucos.

Always Somewhere (Aonung x Neteyam)Onde histórias criam vida. Descubra agora